terça-feira, 1 de setembro de 2009

Homem é preso com arma dentro de urso de pelúcia

Ricardo Barbosa Sacramento , 26 anos, foi preso em flagrante, na noite deste domingo, pelos policiais do Serviço de Investigação da 9ª Delegacia. O acusado estava a bordo de um veículo roubado, um Celta com a placa adulterada, e uma pistola ponto 40, tomada de assalto de um policial civil, em Sergipe. A arma estava escondida dentro do urso de pelúcia. Ricardo possui passagens pela polícia por roubo de carros, assaltos e sequestros relâmpagos. De acordo com o acusado, o carro pertenceria a seu primo, identificado apenas como André. “Ele me pediu para levar esse carro para a casa dele, que fica na Baixa Fria, da Boca do Rio. Eu não sabia que dentro do urso tinha uma arma e nem que o carro era roubado”, defendeu-se Ricardo, alegando ser lavador de carro em um lava jato do bairro. A respeito da arma, o acusado nega ser o proprietário. “Eu não sei como essa arma foi parar dentro do urso, não assaltei policial nenhum”, afirmou. Ricardo Sacramento é casado e tem um filho de seis meses. Segundo os agentes da delegacia, Ricardo já era procurado pela polícia e já respondeu por crimes cometidos nas delegacias de veículos, furtos e roubos e na 23ª de Lauro de Freitas. “Além de porte ilegal de armas, ele vai ter que se explicar sobre a adulteração das placas e do veículo roubado”, garantiu um agente. Ricardo permanece preso na 9ª Delegacia aguardando determinações judiciais.

Pai encontra corpo de filha em decomposição

Daniela Pereira

Após três dias de buscas e rondas em hospitais e delegacias, Nelson Vieira dos Santos de 55 anos, encontrou o corpo da filha, Joseane Oliveira dos Santos, 21 anos, próximo ao Barradão no bairro de Canabrava. A jovem estava desaparecida desde a última quinta-feira quando foi obrigada a entrar em um carro ocupado por quatro elementos.
Cansado de esperar providências da polícia, Nelson solicitou ajuda de amigos e liderou buscas pelos matagais do local. No final da manhã deste domingo, o mau cheiro e a presença de urubus, guiou o pai até o corpo, já em avançado estado de decomposição e com marcas de tiros.
De acordo com Nelson, o reconhecimento de Joseane só foi possível por causa dos esmaltes da unhas e dos anéis que a vítima usava. “Minha filha estava totalmente irreconhecível e deformada. Tinha muitas moscas e urubus em cima dela. Só pude reconhecê-la pelo jeito de pintar as unhas e por causa de um anel que ela sempre usou no polegar esquerdo”, relatou o pai, inconsolável. A vítima desapareceu, por volta das 22 horas de quinta feira, quando os elementos desceram do carro, seguraram a jovem pelo braço e a obrigaram a entrar no veículo. “Procuramos durante toda a manhã de sexta feira e no período da tarde, resolvi ligar para o celular dela. Um homem atendeu a ligação e eu pedi para falar com Joseane ou então que ele a liberasse, mas foi inútil”, lamentou um cunhado da vítima, que preferiu não se identificar.
Assustados, os moradores do local temem afirmar qualquer tipo de informação a respeito do crime e garantem que os supostos sequestradores são moradores de Canabrava. Segundo informações da polícia, os agressores que participaram do sequestro já foram identificados e um deles é ex-namorado da vítima. “É possível que ele não tenha se conformado com a separação e planejou todo esse crime. Já identificamos os participantes do grupo e a prisão é só uma questão de tempo”, garantiu um agente da 10ª Delegacia, responsável pelo caso.

Dois PMs morrem em tentativa de assalto

Daniela Pereira

Uma tentativa de assalto ocorrida na cidade de Santo Estevão, durante a madrugada de ontem, resultou na morte de dois policiais militares e deixou outro ferido. Cinco homens tentaram assaltar os policiais Adilton Miranda da Silva e Ademilton Conceição Coelho, ambos lotados na 2ª CP de Feira de Santana, que estavam de folga e seguiam viagem na BR-116, sentido Feira.
Os dois teriam reagido e acabaram baleados. Adilton morreu ao chegar ao hospital e Ademilton foi ferido de raspão na cabeça, mas passa bem. Ao avistarem uma carreta tombada na estrada, próximo ao povoado de Santo Estevão, os militares diminuíram a velocidade o que facilitou a abordagem dos cinco elementos armados, a bordo de um Astra de placa JPA 3263.
Os militares reagiram ao anúncio do assalto e trocaram tiros. Adilton foi atingido no abdômen e Ademilton, baleado de raspão na cabeça, fugiu para um matagal e solicitou reforço policial. “Fomos avisados do que havia acontecido e enviamos socorro ao local. Continuamos a perseguição e montamos uma barreira para cercar os assaltantes”, explicou o delegado, Madson Sampaio.
Ao perceberem o cerco dos policiais, os bandidos furaram o bloqueio e deram uma violenta ré atropelando e matando o policial, Jair Santos Dias, que tinha acabado de descer da viatura. A polícia continuou a perseguição aos criminosos e prendeu três dos cinco suspeitos. Os assaltantes foram surpreendidos dentro de uma casa, localizada no bairro Conceição 2.
A polícia conseguiu prender dois suspeitos identificados pelos prenomes, Nivaldo, Gerdan e Marinalva. Os outros dois conseguiram fugir. Os supostos criminosos estavam feridos e foram levados para o Hospital Geral Cleriston Andrade.
Após receberam alta foram conduzidos pelos policiais para a 2ª Delegacia da cidade. A esposa de Gerdan, identificada como Marinalva, também foi presa dentro da residência. Com o trio a polícia encontrou o veículo Astra, um Palio, uma moto, um revólver 38, uma espingarda calibre 32, celulares, computadores e munições de diversos calibres. A polícia continua investigando o paradeiro dos fugitivos.

Carro forte se desgoverna e bate em prédio

Daniela Pereira

Um carro forte que estava estacionado para manutenção em frente a uma oficina mecânica, se descontrolou, desceu a ladeira, subiu na calçada e bateu no muro de um prédio. O acidente ocorreu na tarde do último sábado, na ladeira da Avenida Norte Sul, centro de Eunápolis. O dono da oficina, de identidade não revelada, afirmou que deixou o veículo ligado em ponto morto e o freio de mão acionado. Muitas crianças brincavam na local, mas ninguém ficou ferido. De acordo com relatos de testemunhas, o carro desceu a avenida em movimentos de zig-zag e só parou após 60 metros, quando bateu em um prédio onde funcionava um salão de beleza. “Tava de bicicleta na calçada quando vi o carro descendo. Só deu tempo de pular para não ser atropelado, mas a bicicleta ficou embaixo do veículo”, contou ainda assustado, o ciclista, Cosme Silva. Segundo Maria Ângela, proprietária do salão danificado, por pouco uma cliente iria ser esmagada pelo carro forte. “Uma cliente nossa havia acabado de sair, graças a Deus que nem ela nem ninguém foi atingido”, afirmou. Após a colisão, a estrutura do prédio ficou comprometida. A empresa responsável pelo carro forte não se pronunciou sobre o assunto.

Mulher mata cunhado a facadas

Daniela Pereira

Uma briga de casal resultou em morte na madrugada de ontem. Danilo dos Anjos Santos, 18 anos, foi assassinado com golpes de faca desferidos pela cunhada Lisângela Mendes Carqueja, 21 anos. Os cunhados se desentenderam, após Danilo ter dado um soco na esposa, Marluce Mendes Carqueja, 20 anos, irmã da acusada e grávida de três meses. O crime ocorreu por volta das 0h40, na Rua 30 de Novembro, em São Gonçalo do Retiro. O jovem foi socorrido pela mãe, Francisca dos Anjos dos Santos, e levado ao hospital Roberto Santos, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. A acusada fugiu do local sem deixar pistas.
Durante uma convivência de 2 anos e meio, o relacionamento do casal foi marcado por separações e constantes agressões. Segundo familiares, por motivos diversos, Marluce era fisicamente agredida por Danilo. No dia do crime, Danilo, juntamente com familiares e amigos, comemorava o aniversário da sogra, Celidalva dos Santos. Após um desentendimento com a esposa, o jovem agrediu a esposa com um soco na boca. Revoltada, Lisângela foi à cozinha, pegou uma faca e matou Danilo com golpes na peito e pescoço.
Ainda abalada com a situação, Marluce não soube explicar a motivação da discussão do casal. “Não sei como aconteceu, só sei que a gente estava conversando, junto com minha irmã, e de repente ele me deu um murro”, contou a jovem, enquanto mostrava os ferimentos no lábio superior da boca. Segundo ela, a irmã ficou muito irritada e começou a discutir com Danilo. “Não vi direito como as coisas aconteceram, pois fiquei muito nervosa e desmaiei. Mas ainda me lembro da discussão entre ele e Lisângela”, relembrou.
De acordo com Celidalva, mãe da acusada, todos entraram em desespero com o crime. “Estou muito chocada com o que aconteceu. Minha filha se revoltou ao ver a irmã grávida com a boca ensangüentada, aí pegou a faca e saiu correndo atrás de Danilo. Foi um desespero. Agora meu genro está morto e minha filha desaparecida”, desabafou a dona- de-casa, sob muito choro. Celidalva ainda completou que nunca tinha havido desavenças entre Lisângela e Danilo. “Apesar de ele ter costume de espancar minha outra filha, todo mundo se dava bem e ninguém se metia nas confusões deles, mas dessa vez não sei o que aconteceu”, afirmou.
As marcas de sangue, até o final da manhã de ontem, permaneciam no chão do local. Moradores e familiares da vítima estavam inconsolados com o crime. “Ele era um rapaz trabalhador. Essa assassina tem que pagar pelo que fez”, esbravejou uma irmã da vítima, identificada pelo prenome Rafaela. Policias da 11ª delegacia, em Tancredo Neves, investigam paradeiro da acusada.

Três inocentes são executados em Cidade Nova

Daniela Pereira

As marcas de balas nas paredes da Ladeira do Ipiranga, em Cidade Nova, as cápsulas jogadas pelo chão e as marcas de sangue no local evidenciam um crime, ocorrido por volta das 21h40 de quinta-feira, no qual três pessoas morreram e uma ficou ferida. Marcos Antônio de Santos Souza, 21 anos e Raílson Reis Souza Filho, 30 anos, morreram na hora. Arlisson Purificação Oliveira, 21 anos, e Leonardo Aguiar de Jesus, 18, primo de Raílson, foram socorridos por populares e levados para o Hospital Ernesto Simões, mas Arlisson não resistiu aos ferimentos e morreu durante a madrugada.
Os jovens foram assassinados, sem chance de defesa, por quatro homens encapuzados e fortemente armados, que chegaram a bordo de um Corsa prata sem placa de identificação. Segundo relatos de testemunhas, os atiradores dispararam seguidamente e ainda exibiram as armas, todas de grosso calibre. “Os rapazes estavam conversando sentados na escada quando eles vieram e mandou todo mundo ficar quieto. No primeiro disparo, que atingiu a cabeça de Raílson, Leonardo correu, mas foi atingindo nos dois braços e caiu. Mesmo depois de executar os três rapazes, os assassinos continuaram atirando. Quando terminava as munições, eles colocavam mais, depois levantaram a camisa e exibiram as outras armas que estavam na cintura”, relatou um morador, que preferiu não se identificar.
Ainda assustada, a vizinhança garantiu que os jovens eram inocentes. Leonardo, que permanece internado era mecânico e trabalhava ajudando o pai em uma oficina de automóveis. Arlisson e Raílson também eram trabalhadores, e exerciam respectivamente as funções de lavador de carro e barbeiro. ”Não sei porque mataram meu filho desse jeito. Ele chegou do trabalho, cortou o cabelo do vizinho, jantou e depois saiu com o primo de 15 anos dizendo que ia comprar um biscoito. Na volta, ele ficou sentado na escada conversando com os colegas. Eu só ouvi os disparos e meu neto desceu correndo pra avisar o que aconteceu”, relatou Maria José Conceição de Aguiar de 69 anos, avó de Raílson e Leonardo. O menor afirmou que antes da execução, as vítimas foram espancadas. “Eles bateram em meus primos, deram uma coronhada em minha cabeça e me mandaram correr Por pouco também não morri”, relembrou. Raílson era pugilista e como cabeleileiro, tinha uma clientela fixa e que envolvia vários artistas da cidade. Ele deixa quatro filhos menores de idade.
De acordo com Péricles Oliveira Santos, 47 anos, pai de Arlisson, o crime pode ser considerado como uma chacina de inocentes. “Meu filho tinha tomado um empréstimo e conseguiu montar um lava jato para trabalhar. Agora vem esses assassinos e cometem essa chacina sem motivo algum”, disparou o pedreiro, sob muito choro. Arlisson era estudante e estava tirando a habilitação
Segundo relatos, o triplo homicídio foi motivado por represálias dos traficantes do Pau Miúdo, já que, na semana passada, um traficante de Cidade Nova, conhecido como João Paulo, matou um integrante do tráfico de Pau Miúdo. Após esse episódio, a insegurança e violência tomaram conta do local.
”Desde que mataram esse homem em Pau Miúdo isso aqui virou um inferno. Ninguém tem mais sossego, não podemos mais chegar tarde em casa e nem deixar as crianças brincar nas ruas”, relatou a dona-de-casa, Arlete Silva Costa, 28 anos. “Na semana passada eu comentei que o bairro estava tão tranquilo e hoje aconteceu isso”, relatou uma irmã de Arlisson. De acordo com policiais do Serviço de Investigação (SI) da 2ª delegacia, as testemunhas do crime já foram ouvidas. “Nossa principal suspeita é disputa por pontos de vendas de drogas, mas ainda estavam investigando e não podemos divulgar maiores informações”, afirmou um agente da unidade policial.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Polícia prende quatro traficantes

Daniela Pereira

Quatro jovens acusados de tráfico e assaltos na região da Estrada da Base Naval foram presos em flagrante na noite de quarta-feira por policiais do Serviço de Investigação (SI) da 5ª Delegacia. Sailon Pinho Bonfim, Inácio Joel dos Santos Júnior, mais conhecido como Trem, ambos com 19 anos, Fábio Silva de Jesus de 18, o Bicudo, e Gilberto dos Santos de 28 anos, conhecido como Jiboia estavam sendo procurados há cerca de dois meses. Com a quadrilha, a polícia encontrou 200 gramas de cocaína e 19 papelotes de maconha.
Segundo informações da polícia, a prisão foi executada após investigações e denúncias que comprovaram a ação dos acusados no começo da Estrada da Base Naval. Em bando, eles cercavam os transeuntes e tomavam todos os pertences. O mesmo ocorria com os veículos tomados de assalto. Moradores do Subúrbio Ferroviário, os integrantes do grupo ainda são acusados de tráfico nas redondezas da Estrada do Derba.
Sob a alegação de serem trabalhadores, os jovens negam qualquer tipo de envolvimento e afirmam que são inocentes nas acusações. “Nunca matei ninguém e nunca peguei uma arma na minha vida”, declarou Inácio, afirmando que trabalha como ajudante de pedreiro. Segundo Gilberto, pai de duas crianças menores de idade, quando foi preso, juntamente com os demais, estava consertando a bicicleta do sobrinho. “Essas drogas não são minhas. Se fosse eu assumiria, não tenho nada a ver com isso”, defende-se.
De acordo com o delegado Deraldo Damasceno, titular da 5ª Delegacia, os jovens costumam agir armados e estão envolvidos com homicídios de integrantes de quadrilhas rivais. “Apesar de serem jovens, eles são considerados de alta periculosidade. A maioria já possui entrada por tráfico e assalto a mão armada em outras delegacias, inclusive estamos investigando a participação de Gilberto no assassinato de um empresário na área da 8ª Delegacia”, afirmou o delegado. Os acusados permanecem na carceragem da 5ª Delegacia à disposição da justiça.

Polícia revela laudo da médica assassinada

Daniela Pereira

Após várias especulações a respeito do assassinato da médica Rita de Cássia Tavares Giacon Martinez, 39 anos, ocorrido no último dia 6, dois dos principais laudos emitidos pelo Departamento de Polícia Técnica, foram divulgados pela Secretaria de Segurança Pública (SSP). Foi descartada a consumação do estupro da vítima. O documento ainda aponta que o autor do crime teve intenção de matar a pediatra e consumou o assassinato com requintes de crueldade. O acusado, o presidiário, Gilvan Cléucio de Assis, 35 anos, permanece preso, no entanto, teria tentado violentar a vítima sexualmente. Como definem as conclusões finais do documento, antes de morrer, Rita de Cássia foi intensamente agredida com socos na região do rosto e pescoço. Os indícios apontam que houve tentativa de estrangular a vítima com o próprio colar que ela usava. “Ele agiu com perversidade e pelas conclusões finais, ele queria ter certeza de que ela estava morta. Além de enforcá-la com um colar feito de pedras e nylon, ele tentou consumar um estupro, mas como houve reação, passou o carro por cima dela com movimentos para frente e para trás”, relatou Joselito Bispo, delegado geral da Polícia Civil.
Gilvan alegou que a vítima foi atropelada porque se jogou na frente do veículo. No entanto, Bispo ressalta que não foi possível identificar quantas vezes o carro fez movimentos de ida e volta sobre o corpo da pediatra, mas que, o fato ocorreu por uma fúria do acusado, posto que Rita de Cássia teria resistido à consumação do ato sexual. “Para um maníaco, psicopata é uma ofensa a recusa por parte da vítima, da consumação do estupro. Acreditamos que essa foi a motivação dele ter passado várias vezes por cima do corpo”, afirmou o delegado. O acusado confessou todo o crime, mas nega a possibilidade de estupro. “Apesar de ter sido encontrada com o vestido levantado à altura do peito e uma das peças íntimas abaixada, não houve a consumação do estupro, só a tentativa”, completou Andréa Barbosa Ribeiro baseada na conclusão do laudo do DPT. Segundo ela, o acusado agiu sem uso de armas, aproveitando-se da fragilidade da vítima.
O laudo aponta ainda que, a morte, como já havia sido divulgada, foi motivada por traumatismo craniano e afundamento do tórax, ambos provocados pelo atropelamento. Apesar da análise do DNA de Gilvan com base no material coletado ainda não ter sido concluída, os objetos pessoais da médica não terem sido encontrados, e o seguimento das investigações a respeito das últimas ligações feitas e recebidas pela vítima no dia do crime continuar, Joselito Bispo afirmou que o próximo passo da polícia é a conclusão do inquérito. “Esse exame de DNA é apenas um exame complementar e não altera a materialidade do crime e da autoria”, afirmou Bispo.

sábado, 22 de agosto de 2009

Policial se mata dentro de delegacia

Daniela Pereira

Policiais civis ficaram surpresos e chocados com a morte do colega Augusto César Mota Urpia, 46 anos, ocorrida por volta das 10 horas de ontem. O policial, que atualmente trabalhava no Serviço de Investigação (SI) da 6ª Delegacia, trancou-se no banheiro da unidade e, com a própria arma, disparou um tiro na cabeça. Segundo colegas, Augusto respondia a um inquérito na Corregedoria da Polícia Civil, estaria sendo perseguido por uma quadrilha pertencente ao grupo de Aladim, enfrentava problemas de saúde e financeiros.
Com quatro anos de serviço, Augusto chegou à 6ª Delegacia, há cerca de três meses, após chefiar o SI da Delegacia de Homicídios (DH). No comando das investigações, o civil fez várias apreensões e desarticulou quadrilhas importantes como a do chefe do tráfico do Subúrbio Ferroviário, Renildo dos Santos Nascimento, mais conhecido como Aladim. Estudante de Direito, o policial possuía muitas dívidas em mensalidade na faculdade e apresentava problemas cardíacos.
Segundo relatos de colegas de trabalho, Augusto estava afastado temporariamente das funções, por problemas de saúde. “Ele começaria a trabalhar amanhã (hoje), mas a delegada achou melhor que descansasse mais um pouco. Ele veio aqui, trouxe o atestado para a delegada e foi para o banheiro, lá se trancou e fez essa besteira”, relatou inconformada, uma colega de trabalho.
Abalados com o episódio, os agentes presentes no local, não souberam informar sobre a motivação do ato de Augusto. “Ninguém aqui está entendendo nada. Uma pessoa tão jovem, morrer assim. Não estamos preparados para enfrentar uma situação dessas”, lamentaram.
De acordo com Bernadino Gayoso, secretário geral do Sindicato da Polícia Civil, tudo isso aconteceu por falta de assistência social ao policial. “Ele andava se queixando que estava sofrendo perseguições e estava preocupado com o processo que respondia, pois poderia ir a júri popular. Infelizmente nossa categoria não conta com um apoio psicológico para os profissionais”, afirmou.

Policial que morreu em perseguição é enterrado

Daniela Pereira

Familiares e amigos compareceram às 16 horas de ontem no cemitério do Campo Santo, para prestar as últimas homenagens ao policial militar, Américo Manuel Jesus, 44 anos, que morreu após colidir com a moto em um Fiesta, de placa JPM 2110, durante uma perseguição a bandidos, na Avenida Adhemar de Barros, em Ondina. Américo, que era instrutor do Esquadrão Águia, teve que amputar uma perna e sofreu complicações com a cirurgia. O outro policial, que estava com ele, Geraldo Costa de Jesus Júnior, 29 anos, teve escoriações leves e já recebeu alta.
Com vinte anos de profissão, Américo sustentava a esposa e três filhos, um de 18 anos e dois menores, de 16 e 13 anos. “Em tantos anos de serviço, meu marido nunca se envolveu em confusão ou em nenhum acidente de trabalho. Estava em casa quando minha sobrinha, que trabalha no Hospital Geral do Estado ligou e avisou o que aconteceu. Quase morri”, contou emocionada a viúva, Iraíldes de Oliveira Jesus. “Ele era uma pessoa tranquila e trabalhadora, perdemos em serviço um grande profissional. Estamos aqui para dar toda solidariedade, apoio psicológico e social à família dele”, afirmou o major Anildo Rocha Batista.
Pertencente a uma família de seis irmãos, o sepultamento de Américo foi marcado por dor e comoção. “Nunca pensei que um dia iria enterrar um irmão. Sempre achei que ele me enterraria. É uma dor muito grande”, afirma a irmã da vítima, Adélia Maria de Jesus, 49 anos. Segundo ela, o policial era o segundo mais novo entre os irmãos e era uma pessoa bondosa. “Ajudei minha mãe a criar meus irmãos e ele sempre foi muito querido entre nós”, relembrou.

Empresária é encontrada morta em Eunápolis

Daniela Pereira

Trajando apenas roupas de dormir, descalça e sem uma das peças íntimas, a dona de uma pousada em área nobre de Porto Seguro, Valéria Macedo Seixas, 46 anos, foi misteriosamente assassinada, com um tiro no peito, por volta das 0h15 de ontem, no km 723, da BR-101, nas proximidades da Ponte Rio do Peixe, em Eunápolis. O corpo da empresária foi encontrado caído ao lado do carro, Ford/Eco Sport, prata, placa JOY-9719, que ela possivelmente dirigia. O veículo estava capotado, com o motor ainda funcionando e o som ligado no volume máximo.
A empresária, proprietária do Hotel Pousada Aldeia das Flores, localizado na orla norte de Porto Seguro, conduzia o veículo em alta velocidade em direção à cidade de Itabela. Os agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) suspeitam que, ao descer uma ladeira, ela perdeu o controle do carro, rodou na pista, subiu no meio fio e capotou várias vezes, o que supostamente, permitiu a aproximação do assassino e a efetuação, à curta distância, de disparos contra a vítima. Uma equipe do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU) esteve no local, mas Valéria já estava morta.
De acordo com o delegado Milton Oliveira, a principal suspeita é que a vítima foi perseguida por outro automóvel, supostamente conduzido por um assaltante, e após tombar na rodovia, ela teria sido executada. “Uma testemunha nos informou que viu outro carro próximo ao da vítima. Acreditamos que ela foi perseguida por um assaltante e ao capotar o veículo foi assassinada. O motivo do crime ainda está sendo investigado”, afirmou o delegado.
Valéria convivia há mais de dez anos com o empresário Lusencourt Borges Júnior, e morava no bairro de Taperapuã na orla da cidade. Lusencourt ainda não foi localizado pela polícia para prestar depoimento. Segundo o delegado, no dia 14 de abril deste ano, quatro homens armados invadiram a casa do casal, dominaram Valéria e uma empregada a procura do marido dela. Júnior conseguiu fugir e buscou ajuda com a Polícia Militar do local. Ninguém foi preso, todos os elementos da quadrilha conseguiram fugir. O casal não tinha filhos.
A polícia ainda não descarta a possibilidade de que o assassino esteve com a vítima no interior do veículo e conseguiu fugir após o crime. A polícia técnica e polícia civil, através do levantamento cadavérico, identificaram, além do tiro no peito, que Valéria também teria uma perfuração ocasiodo por tiro nas costas.
O corpo foi levado para o Instituto Médico Legal (IML), onde uma perícia vai apurar as causas da morte e se houve, inclusive, abuso sexual. Na casa da vítima, a polícia encontrou uma mensagem de despedida, escrita no espelho de batom.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Deficiente físico é assassinado no Calabetão


Daniela Pereira
Fotógrafo: Vaner Casaes

A execução de um deficiente físico gerou revolta e protesto de moradores da Rua Direita do Calabetão, no final da manhã de ontem, José Nilton Cerqueira Souza, 36 anos, foi assassinado por um elemento de identidade ignorada com quatro tiros, sendo três na região da cabeça. A vítima apresentava problemas no joelho esquerdo e caminhava com ajuda de muletas. Uma viatura da 10ª delegacia passava próximo ao local, na hora do crime, e perseguiu o assassino, mas ele conseguiu fugir.
De acordo com testemunhas, os autores do crime chegaram em um Fiat branco e estacionaram em uma transversal, cerca de 100 metros do local do crime. “O carro parou, o motorista ficou dentro do veículo e o carona desceu. De repente, só ouvi os disparos, quando olhei, o homem veio andando tranquilamente com a arma na mão e entrou no veículo”, contou um comerciante do bairro. Segundo ele, José era uma pessoa correta e foi executado por engano. “Eles atiraram primeiro pelas costas, tenho certeza que mataram a pessoa errada”, completou.
Desesperados, familiares protestaram ao lado do corpo do deficiente. “Ele era uma pessoa honesta e trabalhadora, não deveria ter morrido dessa forma. Enquanto os bandidos estão vivos, os pais e famílias estão morrendo”, protestou um irmão da vítima. Segundo relatos de moradores, José, mais conhecido no bairro como “Zé”, era exemplo de honestidade. “Ele foi nascido e criado aqui, todos o conhecia, era muito tranquilo e não tinha problemas com ninguém. Gostava de jogar dominó todos os dias nesse mesmo local. Só saía de casa para ir ao médico, na semana que vem ele ia fazer uma nova cirurgia no joelho. Não tem motivos para alguém querer matá-lo”, relatou uma moradora.
Segundo os peritos do Departamento de Polícia Técnica (DPT), as perfurações no corpo revelam que a vítima foi atingida pelas costas. “Todas a perfurações estão de um lado só do corpo, o que comprova que a vítima foi atingida de costas”, garantiu o perito. José deixou mulher e duas filhas, uma delas é menor de idade.

Homem é amarrado e executado em Valéria

Daniela Pereira

Um homem de identidade ignorada, aparentando 30 anos, foi encontrado morto com as mãos amarradas para trás e nove perfurações de tiros no corpo. A vítima foi encontrada por populares, por volta das 07h15 de ontem, atrás de um posto de gasolina, próximo ao viaduto de Valéria. Os policiais da 8ª delegacia investigam o crime.
Apontado pelos policiais como um ponto de desova, a estrada de barro onde a vítima foi encontrada é rodeada por um matagal, não apresenta iluminação e nem movimentação de populares, o que propicia crimes de execução ao abandono de cadáveres. Os frentistas do posto Shell afirmaram que quando chegaram para trabalhar o corpo já estava no local. “Quando cheguei já encontrei o rapaz morto. Ultimamente, tem aparecido muito crime nessa região, trabalhar por aqui, em um horário noturno, está complicado”, afirmou o trabalhador, que preferiu o anonimato.
De acordo com policiais da 8ª delegacia, Aratu, é possível que o crime tenha sido motivado por dívidas de drogas. “Devido ao fato dele estar amarrado e apresentar a maioria das perfurações na cabeça, trabalhamos com o crime de execução, motivado a princípio por cobranças de dívidas de drogas”, garantiu um agente da unidade policial.

Traficante de Itaparica é assassinado

Daniela Pereira

Apontado como autor de vários homicídios na região da Ilha de Itaparica, um dos traficantes mais procurados pela polícia, Pedro Mário, foi executado com seis tiros na madrugada de ontem. O crime ocorreu na Rua da Rodagem, no bairro de Marcelino, área de maior concentração no comércio de drogas, em Bom Despacho, Itaparica.
A vítima era considerada por policiais um dos líderes do tráfico de drogas em toda a região e já possuía um mandado de prisão preventiva solicitado pelo delegado Magalhães. O corpo foi encontrado com várias perfurações deflagradas por armas de fogo.
De acordo com um policial da delegacia local, a vítima possuiria envolvimento com a morte do policial civil, Mário Sérgio Moreira, 37 anos, executado durante um culto evangélico. “Já procurávamos por ele há algum tempo. Não sabemos que tipo de ligação ele teve com a morte do civil, mas ele era conhecido na região pelo tráfico e por matar policiais, tanto aqui na Ilha como em Salvador”, afirmou o agente.
Uma das ilhas mais procuradas por turistas para passeios, Itaparica vem se transformando em palco de violência e refúgio para foragidos de Salvador. “Se eu tivesse condições, ia embora deste lugar. Aqui está virando refúgio de assassinos e traficantes, não sei onde vamos parar desse jeito. Se não cumprimos as ordens dos bandidos nós morremos”, denunciou um morador que preferiu não se identificar.
“Ele era muito temido por todos aqui, até as crianças tinham medo. Ele só andava de grupo e ameaçava todos que o enfrentava”, relatou um morador de Itaparica, que preferiu não se identificar. Segundo ele, até a polícia teme fazer ronda e abordagens em certos lugares, principalmente no local onde Pedro foi assassinado. “A partir das 20 horas nem a polícia entra aqui. Desse jeito estamos à mercê da violência e da bandidagem. Somos governados pelos traficantes da Ilha”, relatou o aposentado.
A polícia ainda não tem pistas da autoria do assassinato de Pedro Magro, mas desconfia que a motivação foi cobrança de dívidas de drogas ou disputa por lideranças de bocas de fumo. “Ele era um traficante poderoso daqui da região. É possível que a morte dele tenha sido provocada por outro traficante menor”, relatou um policial.

Polícia estoura cassino na Graça


Daniela Pereira
Fotógrafo: Vaner Casaes

Após denúncias, os agentes do Serviço de Investigação (SI) da 14ª delegacia fecharam, no início da manhã de ontem, uma casa de jogos, localizada na Rua Manuel Barreto, no bairro da Graça. Disfarçada de clínica de massagem e acupuntura, o Game Club funcionava 24 horas, com mais de 40 máquinas caça níqueis, mesas de jogos e empregava 16 funcionários. Sete pessoas foram encaminhadas à delegacia e prestaram depoimento, entre elas, a sócia e gerente do cassino, Iracema Oliveira, 37 anos. Além das máquinas, a polícia apreendeu baralhos, livros com registros da contabilidade contendo o valor e os nomes dos devedores.
Com inscrições de mais de 1000 clientes fixos, o Game Club recebia cerca de 30 pessoas por dia e rendia um lucro diário de R$ 15 mil. Localizado em uma rua residencial, o casarão comportava dois andares e uma luxuosa estrutura para os frequentadores. Cartelas de bingo, cartões de apostadores e fichas de controle para clientes, estavam espalhadas pelo chão das salas de jogos. No andar de cima, onde funcionavam os jogos de pôquer, carteiras de cigarros e bebidas diversas foram encontradas.
Segundo os agentes da 14ª Delegacia, a polícia investigava o bingo secretamente, há mais de um mês, depois de receber denúncia do parente de um frequentador, que tinha acumulado uma grande dívida por causa do jogo. A polícia ainda contou que Iracema trabalha no ramo de jogos há mais de 10 anos e aponta Adalberto Araújo, que reside no exterior do país, como sócio e dono das máquinas.
De acordo com Iracema, do rendimento adquirido na casa, 50% é para o pagamento do aluguel e o restante era dividido entre ela e o sócio, identificado como Adalberto. “A casa funcionava há dois anos e meio, mas eu não obrigava ninguém a ir jogar. Não é um cassino e sim um local de jogos, as pessoas iam para se divertir e passar o tempo”, defende-se a acusada. Iracema ainda solicita das autoridades a legalização dos jogos. “Não entendo porque tudo isso, não trabalho com lavagem de dinheiro e não sou rica. Agora 16 pessoas estão desempregadas e meus clientes não terão mais diversão”, afirma.
A delegada Patrícia Nuno, titular da 14º CP, disse que, a principio, trabalha com a acusação de contravenção, menos severa, mas que através dos cadernos de registros podem identificar outros crimes, como lavagem de dinheiro e tráfico de drogas. “Ainda estamos investigando a procedência dos documentos é possível existência de novos pontos de jogos ilegais”, declarou a delegada.
A prática ilegal do jogo é uma realidade que vem ganhando espaço em bairros nobres da cidade. No último dia 4, um cassino foi fechado pela Polícia Federal, que funcionava em uma residência, no Horto Florestal. Os agentes apreenderam, 71 máquinas e duas armas, uma escopeta e um revólver calibre 38. A apreensão ocorreu um dia depois de o Ministério Público Federal (MPF) denunciar, por formação de quadrilha, 20 pessoas ligadas aos jogos de azar na Bahia.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Acusado de torturar assistente social vai a júri popular

Daniela Pereira

O juiz Valdir Viana Ribeiro Júnior, da vara crime de Lauro de Freitas, decidiu no final da tarde de ontem, que o professor de educação física Adalberto França Filho, 39 anos, que no dia 26 de junho torturou e tentou assassinar sua companheira, Luciana Brasileiro Lopo, vai a júri popular por tentativa de homicídio. A assistente social Luciana Lopo, 31 anos, participou de uma audiência de instrução realizada no Fórum de Lauro de Freitas, na manhã de ontem e confirmou as agressões. A vítima chegou ao local acompanhada pelo pai, Roberto Lopo e pelo advogado, Antônio Marcos. Coordenada pelo juiz Waldir Viana Ribeiro Júnior, a audiência de instrução reúne o réu, a vítima e as testemunhas do caso, entre elas, o pai de Luciana, a avó, Teresinha Brasileiro, um amigo de Adalberto e a empregada do casal, que presenciou o crime.
Visivelmente abalada e nervosa, Luciana chegou ao fórum, por volta das 8h40, abraçada pelo pai e não deu declarações à imprensa. Para evitar um possível encontro com Adalberto, que chegou quinze minutos depois escoltado pela polícia, a Assistente Social foi levada pelos familiares e advogado para uma sala reservada. Em busca de um documento, Adalberto também entrou na sala, mas os familiares impediram o encontro.
De acordo com Roberto, a filha continua nervosa com a lembrança do fato e só dorme com ajuda de remédios. “Fisicamente ela está se recuperando, mas as marcas psicológicas ainda são profundas. Só em falar no nome dele, ela se desespera e chora muito”, relatou o industriário. Roberto ainda completou que, tem esperanças que a justiça seja severa e aplique uma pena longa ao acusado. “Se ele fez essa monstruosidade com minha filha, pode fazer com qualquer pessoa. Espero que ele seja punido como merece”, afirmou.
Os advogados de Adalberto defendem a tese de que o acusado apresentou um surto psicótico e sofre de problemas psicológicos. Apesar de condenarem a tortura feita pelo filho, os pais de Adalberto, compareceram ao fórum para defender o filho. O acusado, por sua vez, em audiência, negou acusações de tortura e disse que os ferimentos apresentados pela vítima foram fruto de acidentes. O advogado do réu, por sua vez, alegou aminésia.
A mãe da assistente social, Maria das Graças Lopo, contou que, assim como Luciana, a família teme a liberdade de Adalberto. “Depois de tanto tempo, só agora minha filha está tentando retomar a vida e sair às ruas. Estamos pensando em mudar de endereço, pois ela garantiu, na frente da polícia, que quando sair da prisão vai procurá-la. Estamos assustados com o que pode acontecer. Por pouco ele não matou minha filha”, relembrou. Adalberto foi preso em Simões Filho três dias após torturar Luciana, com quem convivia há três meses, dentro da própria residência do casal, em um condomínio de Vilas do Atlântico. Luciana foi queimada com leite e café ferventes na região do rosto, pescoço, costas, barriga e pernas. Atingida com dois tiros, a vítima foi torturada com equipamentos de artes marciais. Em depoimento, Adalberto confessou o crime e justificou-se alegando que estava sendo traído.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Criança fica na mira de assassinos

Daniela Pereira
Fotógrafo: Vaner Casaes

Os momentos vividos na manhã de ontem pela criança de nove anos, que foi personagem de uma tragédia a caminho da escola, foram relatados por moradores da Rua São Francisco na Estrada das Barreiras, bairro do Cabula. Por volta das 8 horas, Moacir de Jesus Freitas, 39 anos, levava o filho para mais um dia de aulas quando foi abordado por oito homens armados. O grupo começou a atirar e o pai, temendo a morte do garoto, pediu que ele corresse. Os autores do crime ainda perseguiram a criança, que conseguiu se esconder na casa de uma professora. Moacir morreu no local, antes que pudesse ser socorrido.
Segundo moradores da área, Moacir era separado da esposa e morava sozinho com o filho. Todos os dias, a vítima fazia o mesmo trajeto para levar o garoto à escola, localizada na rua principal do bairro. Ao perceber a aproximação dos oito elementos armados, Moacir ordenou que o filho corresse para escapar da morte. Ele gritou: “corre filho”. “O menino fugiu descendo a ladeira”, relatou uma testemunha, que preferiu não se identificar. Com armas em punho, após efetuarem mais de 20 disparos contra Moacir, os autores ainda perseguiram a criança. Mas o garoto, em pânico, conseguiu se esconder.
Abalados com o crime, os familiares da vítima estiveram no local, mas não quiseram falar com a imprensa sobre o ocorrido. O garoto permanecia escondido em casa de parentes e até o final da manhã de ontem, não tinha conhecimento da morte do pai, sabia apenas, que ele estava ferido e tinha sido levado ao hospital.
De acordo com militares e policiais do Serviço de Investigação (SI) da 11ª delegacia, para não morrer, o garoto pediu socorro em uma casa, a poucos metros do local crime. “Assustado, ele chegou à casa de uma professora e pediu ajuda dizendo que deram um tiro no pai dele e queriam dar um nele também”, relatou um policial, que aguardava os peritos do Departamento de Polícia Técnica (DPT) para a remoção do corpo.
A delegada plantonista da 11ª, Alda Maria de Oliveira, informou que a vítima não possuía passagens em delegacias e que familiares de Moacir e testemunhas do crime foram ouvidas para maiores esclarecimentos. ”Ainda estamos colhendo depoimentos e é prematuro divulgar qualquer informação neste momento”, afirmou a delegada. O crime está sendo apurado pela unidade policial e a polícia direciona as investigações para um crime motivado por vingança.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Greve da PM? II

Daniela Pereira

De acordo com o tenente coronel Marcone, comandante da 11ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), na Barra, durante o dia de ontem, policiais cumpriram suas funções normalmente. “Todos os policiais e viaturas estão nas ruas e assim permanecerão durante o horário de trabalho. Não mudou nada, a população pode conferir a presença dos militares nas ruas. Está tudo normal”, enfatizou o comandante. A Tribuna da Bahia circulou pelas ruas da cidade e identificou ausência de policiamento em alguns locais, postos de viaturas localizadas na Avenida ACM. Porém, em locais como o Farol da Barra, Orla da cidade, o policiamento era normal.
Em entrevista a uma emissora de televisão, o governador Jaques Wagner declarou, na manhã de ontem, que está aberto à negociação com os militares caso a paralisação não seja iniciada. “Ofereço o diálogo aberto, mas cobro o respeito à ordem militar e à hierarquia. Iniciado o movimento encerram-se as negociações”, afirmou o governador.
Os policiais exigem, além de melhores condições de trabalho, aumento de R$ 1,6 mil para R$ 4 mil de salário base para um soldado, além de mudanças no pagamento das gratificações. Segundo informações do comandante-geral Coronel Nilton Mascarenhas, há um funcionamento normal do policiamento nas ruas de Salvador para garantir a segurança nas ruas da capital.

Ônibus bate em árvore e deixa oito feridos

Daniela Pereira

Um acidente de grande proporção causou pânico, congestionou o trânsito e deixou oito pessoas feridas. Por volta das 9 horas da manhã de ontem, um ônibus da empresa Capital, que fazia a linha Boca da Mata / Pituba, colidiu com uma árvore na Rua Jaracatiá, no Caminho das Árvores, ao lado da Igreja Batista. Com o impacto, dois passageiros foram projetados para fora do veículo através do parabrisa. As vítimas foram socorridas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e Corpo de Bombeiros ao Hospital Geral do Estado (HGE).
De acordo com informações da cobradora do ônibus, Cleide Pereira da Silva de 32 anos, o coletivo seguia normalmente quando uma moto, de dados ignorados, saiu de uma transversal e fechou o veículo. Para não colidir com o motoqueiro, o motorista desviou e bateu contra a árvore. “Trabalho há três anos nessa profissão, graças a Deus não sofri nada de grave, apenas escoriações leves”, afirmou a cobradora, enquanto deixava, ainda mancando, o hospital.
Dos 12 passageiros a bordo do ônibus, além de Cleide, outras sete pessoas ficaram feridas na colisão e deram entrada no Hospital Geral. O motorista, Eduardo Duarte Silva, 35 anos, Tereza Oliveira Pereira, 51, Jucilene Ferreira Nascimento Martins, 28 anos, Cristóvão Carlos Muniz dos Santos, 47, Rosângela da Silva Bispo, 46, e Genildo Santos Silva, 30 anos.
Segundo informações da Superintendência de Trânsito e Transporte do Salvador (Transalvador), o parabrisa frontal do ônibus caiu no momento do impacto e duas pessoas foram lançadas do veículo: Genildo Silva e uma mulher, ainda não identificada. Viaturas do Corpo de Bombeiros e da Transalvador foram enviadas para o local a fim de descongestionar o trânsito, que ficou lento na Alameda das Espatódeas, sentido Pituba.
Na porta do HGE, familiares aguardavam, com ansiedade, notícias sobre as vítimas. “Estava em casa quando o telefone tocou e um homem disse que meu marido tinha sofrido um grave acidente. Ele voou mais ou menos uns seis metros pelo párabrisa, caiu dentro de uma valeta e quase morreu afogado”, relatou Odiléia Alves Xavier, 26 anos, esposa de Genildo. Segundo ela, apesar do marido estar consciente, o estado dele é preocupante devido às fortes pancadas na cabeça. “Pelo pouco que pude falar com ele, Genildo se queixou de muitas dores na cabeça. Já fizeram o raio x e a tomografia.
Agora estou aguardando os resultados”, relatou a esposa. Morador de São Caetano, Genildo trabalha como pedreiro no bairro de Costa Azul e ontem, saiu mais cedo de casa para adiantar o serviço devido à falta de um colega de trabalho. Todas as oito vítimas apresentaram escoriações leves e estão fora de perigo.

domingo, 9 de agosto de 2009

Jovem é morto a caminho do trabalho

Daniela Pereira
Fotógrafo: Vaner Casaes


Um crime ocorrido por volta das 8 horas da manhã de ontem, assustou moradores da Rua Santa Bárbara, no Arraial do Retiro. Melbison Conceição da Silva, 18 anos, foi atingido com tiros na cabeça enquanto saía para o primeiro dia no novo emprego. Os policiais da 11ª Delegacia investigam o caso.
De acordo com o irmão da vítima, um menor de 14 anos, Melbison não possuía envolvimento com drogas. “Ele era uma pessoa muita calma e não tinha rivalidade com ninguém. Não sabemos por que fizeram isso com meu irmão. Ele saiu de casa dizendo que ia comprar alguma coisa e ia para o trabalho, mas aconteceu isso. Minha mãe está arrasada”, afirmou o garoto. A mãe de Melbison acompanhou os policiais civis até a delegacia para registrar ocorrência.
Assustados, os moradores não quiseram comentar sobre o assunto, mas informaram que a violência no local vem crescendo muito. “Os moradores do Arraial do Retiro não tem mais sossego, aqui não tem policiamento nenhum. Todos os dias vem acontecendo assassinatos nessa região”, disparou uma moradora, que preferiu o anonimato. Segundo ela, está preste a perder o emprego de doméstica devido a violência do local. “Temendo a violência, ultimamente, tenho evitado sair tarde do trabalho. Sempre saiu antes do horário e peço a meu marido para ir me buscar no ponto de ônibus”, relatou. Segundo informações do Serviço de Investigação (SI) da 11ª Delegacia, ainda não se sabe a motivação do crime.

Greve da PM?

Daniela Pereira e Tatiana Ribeiro

Cerca de 30 mil policiais militares do Estado da Bahia decidiram em assembleia, na sede do Clube dos Oficiais, localizado na Avenida Dendezeiros, na manhã de ontem, dar início à “Operação Polícia Legal”. Após a reunião, militares saíram em caminhada em direção à sede da Rondesp, no Terminal de São Joaquim, Calçada.
Com faixas e cartazes, cerca de 400 militares pediram que os comerciantes fechassem as portas, avisando que não haverá mais polícia nas ruas. Os policiais exigem o cumprimento de cinco solicitações: aumento de salário de R$ 1,6 mil para R$ 4 mil baseado no salário do policial da cidade de Brasília, melhores condições de trabalho, nível superior para concurso, reintegração dos sete oficiais demitidos por participarem da greve de 2001 e pagamento retroativo relativo à mesma greve (URV).
“Essa é a terceira assembleia que realizamos. O relatório contendo as reivindicações já foi enviado para a Secretária de Segurança Pública e até agora não obtivemos respostas. Nosso salário é uma vergonha. Ganhamos a metade de um policial militar lotado em Aracaju. Queremos direitos iguais”, comparou Marcos Maurício Prisco, presidente do Sindicato de Soldados e Praças da PM. Em entrevista concedida à imprensa local na manhã de ontem, o comandante geral da PM, Nilton Mascarenhas, já havia declarado que a greve não acontecerá.
De acordo com o soldado Alberto Falcão, em 25 anos de corporação, nunca viu a Polícia Militar em uma situação caótica. “Trabalhamos com vinte reais de combustível por dia, apenas 15% dos nossos coletes a prova de bala estão dentro do prazo de validade, estamos com munições e armamento defasado. A polícia deveria ser unificada. Não pode haver a rivalidade entre as polícias civil e militar”, concluiu.
O soldado A.B.Z, 47 anos, morador da Fazenda Grande do Retiro, reclama do salário e da dificuldade de moradia. Em 27 anos de profissão, ele já foi baleado duas vezes dentro da própria residência. “Escapei da morte por pouco e não tive recompensas por isso”, desabafou.

Boatos deixam população em pânico

No final da manhã de ontem, muita gente já temia o agravamento da situação, caso a polícia realmente saísse das ruas, confirmando boatos. Segundo o comerciante Cláudio Correia, 50 anos, a situação iria piorar. “Se com a polícia os bandidos agem sem medo. Imagine com a greve. Somente este ano, já fui vítima de assalto em meu estabelecimento por duas vezes. Durante o período da greve não vou abrir minha loja. Temo pela minha vida”, garantiu o comerciante.
Para o estudante Jonas de Jesus, 20 anos, ficará difícil frequentar a faculdade no período da noite. “Saio da aula muito tarde e não me arriscarei a pegar um ônibus e ser assaltado. Mas qualquer manifestação é válida para garantir o bem-estar do trabalhador. O policial se arrisca muito para o pouco que ganha”, defendeu o estudante.
Por volta das 18 horas de ontem, o trânsito parou na região do Iguatemi e Paralela. A corrida para casa fez com que muita gente demorasse até uma hora a mais para chegar ao destino, devido ao fluxo de veículos e antecipação do fechamento de estabelecimentos por toda a cidade.

Moradores temem nova paralisação

A última greve deflagrada em julho de 2001, causou pânico, insegurança e anarquia nas ruas da cidade. Em apenas um dia, seis agências bancárias, dezenas de lojas e 40 ônibus foram assaltados. O índice de homicídio triplicou de 3 para 10 registros em 24 horas. Durante o período, outras categorias também entraram em greve temendo a insegurança nas ruas. Os detentos da Penitenciária Lemos de Brito (PLB) permaneceram por cinco dias sem banho de sol, já que não havia policiamento. A situação só melhorou com a convocação do exército para fiscalizar os bairros da cidade. Moradora do bairro da Pituba, a cabeleireira Silvana Cardoso, contou que presenciou um arrastão em frente à Corregedoria da PM. “Só iria trabalhar porque morava perto. O salão era trancado. Homens de moto assaltavam pedestres em plena a luz do dia”, declarou. A dona de casa, Luciana dos Santos, 25 anos, passou por um sufoco na época da greve. “Meu filho, que tinha oito meses, ficou doente e não tinha condições levá-lo ao médico. Tive que medicá-lo em casa mesmo. Espero que dessa vez não seja assim também”, relatou.
O ano de 2001 ficou marcado na memória de muitos. Arrastões, saques, homens armados em plena luz do dia espalhados por vários pontos da cidade, distribuíram medo e terror na capital. Em relação aos prejuízos para a população de um movimento similar, Marcos Prisco, presidente do sindicato da categoria, descartou algo nos moldes dos acontecimentos de 2001. “Sabemos que a população é a mais atingida, mas também precisamos reivindicar os direitos da categoria, que estão defasados. Não queremos deixar a sociedade em pânico como aconteceu na greve de 2001, mas estamos decididos a parar até que nossa situação seja resolvida.”, concluiu.

Homem é assassinado na frente de crinaças

Daniela Pereira

Mais um jovem da periferia é executado em Salvador. Rafael Santos Souza, 21 anos, foi assassinado com tiros na cabeça, por volta das 8 horas da manhã de ontem, na Avenida Beira Rio, bairro de Nova Constituinte, subúrbio ferroviário da cidade. Segundo a polícia, a vítima possuía envolvimento com o tráfico de drogas do local e foi executada por dois homens fortemente armados. A 5ª Delegacia, em Periperi, investiga o caso.
Trajando apenas uma bermuda amarela, a morte do jovem chamou a atenção de curiosos, que se aglomeraram no local, e foi testemunhada por vários moradores e crianças que brincavam na localidade na hora do crime. “Eu estava brincando com minha boneca e vi quando um homem atirou no outro.
Ele caiu no chão, eu peguei meus brinquedos e corri”, relatou ainda assustada, uma criança de apenas sete anos de idade.
De acordo com moradores da região, os autores do crime chegaram atirando contra o jovem. “Eles vieram e deram o primeiro tiro. O rapaz caiu e eles continuaram disparando depois fugiram sem pressa. Fiquei com medo que eles tivessem me visto e me tranquei em casa”, relatou uma testemunha, que, temendo represálias, preferiu não se identificar. Segundo ela, Rafael não era morador do bairro. “Ele andava sempre por aqui conversando com os traficantes da área”, afirmou. Segundo o delegado Deraldo Damasceno, titular da 5ª Delegacia, Rafael não possuia passagens em delegacias, mas apresentava envolvimento com drogas. “Devido ao intenso tráfico de drogas nessa região é possível que o crime tenha sido motivado por acerto de contas relacionadas a dívidas de drogas. A polícia continuará a investigação sobre as circunstâncias do crime, assim como a autoria”, garantiu o delegado.

Local de crime é tomado pelo fogo

Daniela Pereira
Fotógrafo: Vaner Casaes


Com o objetivo de amedrontar a comunidade, na manhã de ontem, supostos traficantes da Rua Sucupira, no bairro de Santa Cruz, atearam fogo na residência onde três homens foram mortos em confronto com policiais na noite da última quarta-feira. Segundo relatos de testemunhas, cerca de seis homens chegaram atirando nos cadeados da casa e como não conseguiram entrar, incendiaram o imóvel. Para controlar o fogo, duas equipes do Corpo de Bombeiros e Policias da 40ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM) foram deslocadas para o local. Não houve vítimas.
Totalmente destruída, a residência era propriedade de uma senhora identificada como Iolanda Carvalho. Os dois cômodos da casa, assim como os móveis, foram tomados pelo fogo. No momento da invasão, havia duas pessoas dentro de casa, que conseguiram fugir para residências de parentes, no 2º andar. Com a ajuda de uma escada e da vizinhança, o Corpo de Bombeiros retirou os donos da casa sem nenhum ferimento. Assustados, os moradores não deram informações aos policiais e nem à imprensa, apenas afirmaram que seis homens atiraram nos cadeados e colocaram fogo na casa.
De acordo com major Gildemar de Almeida Gualberto, comandante da 40ª CIPM, há suspeitas de que traficantes da comunidade estariam envolvidos no caso, em resposta à morte dos três elementos no local. “Suspeitamos que eles acham que dona Iolanda denunciou que os elementos estivessem escondidos aqui, por isso, fizeram isso na residência dela, como uma forma de amedrontar a comunidade. Mas ainda é muito cedo para afirmar qualquer situação”, declarou o major. Moradores da região, lançando mão do anonimato, ainda disseram que temem que a invasão tenha sido promovida por policiais, em busca de novos suspeitos ou até, na intenção de “mostrar força”, após denúncias de truculência da ação.
Segundo a versão da polícia, pouco antes dos três elementos serem baleados dentro da casa, policiais receberam uma denúncia de que traficantes estariam ameaçando e invadindo casas de moradores. Uma viatura teria sido recebida por seis homens que dispararam contra a guarnição, atingindo na perna o tenente Bruno Pimentel Garrec. Viaturas das Rondas Especiais (Rondesp), militares da Rotamo e um helicóptero da PM se deslocaram ao local e perseguiram os acusados que invadiram a residência da moradora Iolanda Carvalho, a que foi destruída pelo fogo. Avisados pelo helicóptero, os militares localizaram e cercaram a residência. Os elementos teriam disparado contra os policiais, desencadeando uma troca de tiros. Na ação, Wendel dos Santos Santana de 17 anos, Lucas Nascimento de Santana de 16 e um terceiro ainda não identificado, foram baleados e levados por militares ao hospital, mas chegaram sem vida.
Ainda assustada com toda a situação, a proprietária do imóvel, mudou-se para casa de parentes. Moradores permanecem trancados em casa, temendo represálias ou uma nova ação policial. A polícia aguarda as apurações da perícia para identificar os autores e circunstâncias do crime.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Residência de suposto autor de crime passional é destruída

Daniela Pereira

A casa de Jaílton dos Santos, acusado de assassinar a ex-esposa, Marijane Nascimento Silva, 23 anos, foi destruída e incendiada por populares na manhã de ontem. A residência, localizada na Rua 1° de junho na Baixinha de Santo Antônio, teve as portas arrombadas, paredes, vidros e móveis destruídos. Segundo a polícia, motivado por ciúmes e pelo fim do relacionamento, Jaílton teria assassinado Marijane com dois tiros e fugido logo em seguida. O acusado continua foragido. Marijane foi enterrada às 11 horas de ontem no Cemitério Quintas dos Lázaros.
De acordo com Daniela Miranda, 29 anos, irmã da vítima, os dez anos de relacionamento do casal foram marcados por confusões e ameaças. “No dia do crime, ao chegar em casa após uma festa de aniversário, ela contou que ele estava a seguindo. Ele esperou minha irmã sair de casa para matá-la, isso é coisa de covarde”, disse.
Segundo os agentes do Serviço de Inteligência da 11ª Delegacia, em Tancredo Neves, Jaílton teria fugido em direção ao município de Feira de Santana. Marijane foi baleada na região do tórax e do abdômen. A vítima morreu deixando órfão um bebê de 6 meses de vida. No início da noite de ontem, em repúdio ao crime, moradores protestaram e fecharam a pista da Avenida Luis Eduardo Magalhães, sentido Retiro. O trânsito ficou congestionado no entorno. No ato, madeira e peneus foram queimados.

Assaltantes vestem-se de palhaços para saquear loja

Daniela Pereira

Por volta das 10 horas de ontem, dez homens armados invadiram a loja Papel e Cia, localizada na Avenida Paralela, renderam os seguranças e saquearam funcionários e clientes. O grupo entrou no estabelecimento distribuindo folhetos para ajudar crianças com câncer, usando calças jeans, jalecos da Medial Saúde, perucas e narizes de palhaços. Aparelhos celulares dos funcionários e R$ 600 dos caixas foram levados durante o assalto. Após a ação, que durou cerca de cinco minutos, os assaltantes fugiram em três veículos, entre eles, um táxi. Houve perseguição e tiroteio. Três suspeitos morreram e os demais conseguiram fugir.
Alexsandro Bispo dos Santos, 24 anos, Almir Ferreira de Carvalho, 37 anos, e um terceiro acusado, ainda não identificado, foram baleados e levados pelos policiais ao Hospital Roberto Santos (HRS), mas não resistiram aos ferimentos. Além das roupas e perucas usadas no assalto, os policiais do Serviço de Investigação (SI) da 9ª delegacia apreenderam em poder dos bandidos, três revólveres calibre 38, uma pistola, um rádio comunicador e munições.
De acordo com uma testemunha, devido aos trajes usados pelos assaltantes, os funcionários demoraram a perceber o assalto. “Eu estava na sala de Assistência Técnica e vi quando eles entraram com roupas coloridas e começaram a distribuir os folhetos. Depois eles mandaram todo mundo ficar calado e deitar no chão. Pensei até que fosse uma brincadeira, mas eles ficaram nervosos e gritaram que o negócio era sério”, relatou, anonimamente, um funcionário da loja.
Os assaltantes chegaram à Papel e Cia à bordo de dois veículos, um Brava e um Pálio, de placa JPG 6687, e um táxi, que foi abordado por eles, após abandonarem o Pálio. “Eu tinha terminado de deixar uma cliente quando eles fizeram sinal para mim como se fossem clientes normais. Eu parei, entraram três e pediram que os levassem para o bairro de Sussuarana”, afirmou o motorista do táxi, Pedro Celestino Mota Filho, 58 anos.
Segundo o taxista, até a abordagem policial, não desconfiou que estava transportando assaltantes. “Eles estavam tranquilos e calados, não me ameaçaram e nem me disseram nada. Quando chegamos próximo ao Centro Administrativo da Bahia (CAB), os policiais me mandaram encostar o carro e ordenaram que eles descessem. Na mesma hora eles atiraram contra os agentes, foi um sufoco”, relembrou, ainda assustado. Pedro completou que em mais de 20 anos de profissão nunca passou por uma situação dessas.
O diretor da Papel e Cia, Antônio Carlos, afirmou que o estabelecimento possui três seguranças, sendo que apenas um trabalha armado, e não houve grandes prejuízos financeiros. “Eles chegaram pedindo o dinheiro, só que aqui não fica dinheiro algum e apesar de não trabalharmos fortemente armados, nunca passamos por um assalto desta proporção. O último aconteceu há mais de 8 anos”, relembrou o diretor.
As fitas do circuito interno de câmeras registraram toda a movimentação dos bandidos e se encontram em poder da polícia para identificação dos demais fugitivos. Os agentes do SI da 9ª delegacia, Boca do Rio, afirmaram que, os passos dos meliantes foram seguidos desde a saída da loja. “Ficamos sabendo do acontecido pelo rádio da polícia e logo em seguida começamos a perseguição”, afirmou um agente.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Carro capota e motorista fica preso nas ferragens

Daniela Pereira

Por volta das 9 horas de ontem, um acidente por pouco não termina em tragédia. Egenero Bispo dos Santos, 66 anos, ficou preso nas ferragens do veículo que conduzia, um Gol de placa JQH 8311, após colidir com um microônibus, de placa JQZ 6544, e capotar quatro vezes parando no encostamento da pista do Centro Administrativo da Bahia (CAB). Egenero foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhado ao Hospital Geral do Estado (HGE) com ferimentos leves.
De acordo com a polícia, o acidente poderia ter sido de grandes proporções e vitimado muitas pessoas. "Antes de capotar, o veículo rodopiou na pista e por pouco não desceu a ribanceira", afirmou um agente. O carro ficou à beira de um precipício, onde havia casas de moradores do bairro de Sussuarana.
Segundo o motorista do microônibus, Carlos Eduardo Pereira dos Santos, 29 anos, o condutor do Gol veio em alta velocidade. "Quando estava saindo do ponto, sinalizei e mudei pra a faixa da esquerda, foi quando ele veio em alta velocidade e bateu no para-choque lateral do ônibus", relatou. Carlos ainda completou, afirmando que dez passageiros que havia no ônibus ficaram assustados com o acidente.
"Eu só vi o carro capotando na pista e avançando na minha direção. Se não corro, seria esmagado. Nunca passei um susto tão grande", declarou Cristóvão França dos Santos, 45 anos, que passava no local no momento do acidente. O trânsito ficou lento no local. Além do Samu, uma viatura da Superintendência de Trânsito e Transporte (Transalvador) e do Corpo de Bombeiros foram acionadas para controlar o trânsito no local e prestar socorro à vítima.

domingo, 12 de julho de 2009

Mulher assassinada na frente do filho é enterrada

Daniela Pereira

Revolta e a dor da perda marcaram o enterro, na manhã de ontem, de Ana Cláudia Santos de Jesus, de 36 anos no Cemitério Quinta dos Lázaros. A empregada doméstica foi assassinada anteontem na frente do filho de três anos a caminho do trabalho, na Ladeira da Pedra, bairro do Iapi. Ana Cláudia tentou correr, mas os bandidos, que estavam em um moto de cor preta, segundo testemunhas, puxaram a bolsa e dispararam um tiro na cabeça dela.
Sob muitas lágrimas e lamentações, familiares foram amparados pelos amigos que durante todo o velório demonstravam indignação pela forma brutal como a vida de Ana Cláudia foi ceifada. "As bandidos que fizeram isso com ela não tem mãe. É uma crueldade tirar a vida de uma pessoa que nunca fez mal a ninguém", relatou Josenice Gonçalves Menezes de 42 anos, que frequentava a igreja com a vítima.
Um irmão de Ana Cláudia que preferiu não se identificar, revelou que por pouco o sobrinho de três anos também não morreu. "Sempre que a sogra dela não podia ficar com a criança, ela levava ele para o trabalho, como aconteceu nesse dia. Precisamos de justiça, como é que uma pessoa pode morrer assim, sem motivo algum? Onde está a segurança dessa cidade?", protestou.
Segundo familiares, por ter presenciado o assassinato da mãe, o filho de Ana Cláudia permanece em estado de choque. "Ele repete o tempo todo como aconteceu o assalto e continua chamando o assassino da mãe de homem mau. O sofrimento maior é porque ele fica o tempo todo chorando, perguntando por ela e pedindo para ir para casa ver a mãe", relatou com tristeza a sogra, Francisca Santos de Freitas de 54 anos.
Muito abalado e visivelmente abatido, Valter Santos de Freitas de 33 anos não saiu de perto do caixão da esposa. Amparado pela mãe e amigos, o rapaz chorava muito e questiona várias vezes o motivo pelo qual a esposa foi assassinada. "Por que fizeram isso, mãe? Por que mataram ela?", perguntava insistentemente. Os agentes da 2ª delegacia na Liberdade, unidade policial responsável pelo caso, continuam sem informações a respeito dos autores do latrocínio.

Dicionário do tráfico

Daniela Pereira

Para entender o caminho percorrido pelas drogas é preciso entrar no universo lingüístico criado pelos integrantes desse sistema. A venda de drogas é feita por um negociador chamado de "matuto", que é encarregado de revendê-las. Como vem acontecendo ultimamente em Salvador, podemos constatar que muitos desses traficantes, como é o suposto caso de Raimundo Alves de Souza, o Ravengar, comandam o tráfico de dentro das próprias cadeias. A figura mais importante na pirâmide hierárquica do tráfico de drogas é o "dono das bocas", figura temida e respeitada na comunidade. São eles, que decidem onde serão os pontos de vendas dos pequenos traficantes e quem serão esses traficantes, conhecidos também como "laranjas".
Abaixo dos "donos das bocas" estão os "gerentes", encarregados de arrecadar os lucros do tráfico para o chefe e distribuir as drogas a serem vendidas para os "aviões". Os "aviões" são, em sua maioria, jovens menores de idade que sem perspectiva de vida se espelham nos chefões do tráfico. Estes são responsáveis em levar as drogas até as "bocas de fumo" para serem vendidas.
O custo da droga vem se tornando cada vez mais baixo. Muitas vezes, o crack, feito da pasta base da cocaína, é misturado com outras substâncias. Para a droga apresentar um volume e um lucro maior, os traficantes contratam uma pessoa especial, denominada de "químico", para fazer essas misturas. O químico acrescenta na droga produtos como bicarbonato de sódio, farinha de trigo, entre outras. Esses produtos são vendidos aos usuários pelos "soldados" ou "vapores".
Declarada pelos integrantes como uma profissão, os "empregados" do tráfico revezam seus turnos de trabalho de 12 em 12 horas. O produto ilícito pode ser vendido dentro das "bocas" ou fora, como nas portas de faculdades, hotéis e bares. O comércio nesses pontos é responsabilidade dos "esticas". Para manter o controle e circulação nas bocas, existem os "fogueteiros". Eles se estalam em pontos estratégicos, geralmente armados com fogos de artifícios que são soltos quando as drogas ou a polícia chega.
De acordo com Paulo Portela, chefe do Serviço de Investigação da 7ª DP do Rio Vermelho, a presença do tráfico em nossa cidade é liderada por duas grandes facções. "A formação das quadrilhas de Piti e Perna foi o que iniciou essa destruição", afirma o investigador.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Irmãos assassinados em Piatã


Daniela Pereira
Foto: Francisco Galvão

Dois irmãos foram mortos a caminho do trabalho na manhã de ontem, em Piarã, atingidos por 40 disparos de arma de fogo. Por volta das 6h40 da manhã de ontem, Elienilton Souza da Rocha, 27 anos e Elton Souza da Rocha, 29, foram mortos na Rua Rio Trobogy, atrás do Clube Costa Verde no bairro de Piatã. As vítimas estavam em uma bicicleta quando foram derrubadas por um veículo preto, Ronda Civic. Os quatro homens que estavam no carro, dispararam várias vezes contra os irmãos. Elienilton foi atingido com 14 tiros, e Elton com 26, sendo 17 na região da cabeça.
A avaliação feita pelos peritos do Instituto Médico Legal revelou que, pelo modo que os corpos dos irmãos e a bicicleta estavam, eles foram derrubados pelo veículo dos assassinos e os tiros foram disparados do interior do carro. Muitas cápsulas de diversos calibres foram encontradas no local.
De acordo com a polícia, Elton respondia por um homicídio efetuado no ano de 2007. "Ele já possui entrada na 7ª delegacia por causa de um homicídio que ele cometeu no bairro de Santa Cruz. É muito provável que alguém tenha se vingado de algum crime cometido por ele e o irmão que estava junto terminou morrendo também", arriscou um policial do Serviço de Investigação (SI) da 12ª delegacia. Investigadores também afirmam que devido à quantidade de cápsulas encontradas no local não se pode descartar a possibilidade de execução.
Segundo um vizinho da vítima, Elienilton era morador do Bairro da Paz, mas trabalhava como caseiro em Piatã. "Eu conheço ele, sempre passava por aqui para ir trabalhar. Um menino bom, sem nenhum envolvimento errado", afirmou o rapaz, que preferiu não se identificar. Segundo os policiais, até o momento não há indícios que comprovem a autoria e a verdadeira motivação do crime.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Sequestrador apresentado na SSP

Daniela Pereira

Por volta das 11h30 da manhã de ontem, Dagmar Pereira de Jesus, 26 anos, acusado de participar do sequestro e execução do ex-presidiário, Mário Carlos Jezler da Costa, foi apresentado à imprensa no auditório da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Dagmar foi detido na tarde do último domingo por policiais do Grupo de Inteligência da Polícia Civil (GI) e do Grupo Especial de Repressão a Roubos em Coletivos (Gerrc). No confronto com os policiais o comparsa dele, apelidado de Buiú, morreu. Dagmar foi autuado em flagrante por crime de extorsão mediante sequestro.
De acordo com Cláudio Oliveira, delegado titular do Gerrc, a prisão do acusado foi programada pelos policiais. "Disfarçados, mantivemos contato com eles como se fôssemos parentes do sequestrado. Marcamos, por volta das 1h30 na Rua Altino Teixeira em Porto Seco de Pirajá, para a entrega da quantia em dinheiro e efetuamos a prisão em flagrante", relatou o delegado.
O sequestro de Mário, comandado por um traficante conhecido como "Pai", iniciou na última sexta-feira no bairro do Imbuí. O motivo seria uma quantia de R$ 150 mil, proveniente de um assalto à banco, que Mário estaria em posse e se negava a repartir com os demais. A família entrou em contato com a polícia para registrar o caso. A vítima foi encontrada morta atrás de um supermercado na Avenida Garibaldi, com várias perfurações de tiros no corpo e com a língua e os dedos da mão, mutilados.
O delegado chefe da polícia civil, Joselito Bispo, afirmou que mesmo após a execução, os sequestradores exigiram da família uma quantia de R$ 100 mil, para o resgate. "Eles não sabiam que a família já estava avisada da morte de Mário e que nós estávamos indo ao encontro deles para o pagamento do resgate", relatou Bispo. Dagmar e um outro elemento, conhecido como Buiú foram buscar a quantia, em uma moto de placa JKS-9292, e perceberam a presença dos policiais. Na perseguição, Buiú atirou contra os agentes, mas foi baleado e morreu no local. Dagmar, que pilotava a moto, foi atingido na perna desistindo da fuga.
Segundo o acusado, que negou participação no crime, tudo foi uma armação de Buiú. "Eu não sabia de nada que estava acontecendo, Buiú foi à minha casa me chamar para buscar um dinheiro com ele na Brasilgás, quando chegamos lá estavam os policiais que me prenderam. Eu nem sabia desse sequestro", disse.
De acordo com o delegado Artur Gallas, diretor do Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP), possivelmente há mais envolvidos no crime. "Existem mais elementos envolvidos, mas ainda não podemos divulgar mais detalhes para não atrapalhar as investigações, mas já adiantamos que eles são de alta periculosidade", afirmou. Em posse de Dagmar, que possui entradas por assalto a coletivos, formação de quadrilha e porte ilegal de armas, a polícia apreendeu uma pistola calibre 45 de uso exclusivo das forças armadas.

Tentativa de assalto a carro-forte causa pânico no Itaigara


Daniela Pereira

Dez homens em dois veículos tentaram assaltar um carro-forte, da empresa Nordeste Segurança de Valores, por volta das 11 horas da manhã de ontem. O carro-forte abastecia um caixa eletrônico do banco Bradesco, localizado na Avenida Antônio Carlos Magalhães, Itaigara. Ao perceber a presença de uma viatura da polícia, os bandidos, que estavam a bordo de um Honda Civic de placa JSF 0401 e uma Ranger, JKY 7245, desistiram da ação e fugiram do local em direção à Orla. Não houve trocas de tiros ou feridos. Os assaltantes estavam a poucos metros de distância do caixa eletrônico, observando o momento dos seguranças que chegaram para o abastecimento. Os dois veículos usados no assalto foram estacionados na pista de sentido oposto, em direção a Orla. Os suspeitos atravessaram a pé em direção ao carro-forte e, armados, anunciaram o assalto tentando render os seguranças.
Segundo relatos das testemunhas, a presença de uma viatura militar, que fazia ronda na região, impediu que a ação dos bandidos fosse consumada. "Quando eles perceberam os policiais, atravessaram a pista em disparada. Entraram correndo no carro e saíram arrastando o veículo com as portas ainda abertas. Foi uma cena de filme", relatou uma testemunha que preferiu não se identificar.
De acordo com o soldado Antônio, lotado no posto policial da 35ª Companhia da Polícia Militar (CIPM), no momento da fuga, um dos elementos adentrou o shopping Itaigara. "Quando eles fugiram deixaram para trás, um dos bandidos, que para escapar, entrou no shopping e se misturou aos clientes. Se cercássemos o local, haveria um tumulto e um alvoroço desnecessário, o que dificultaria a nossa ação", afirmou o militar. A vendedora ambulante, Maria das Graças de Almeida, contou que o pânico e a correria foram estabelecidos no local.

Jovem é executado por traficantes em São Caetano

Daniela Pereira

Nicolas Santos Rebouças, 22 anos, foi morto a tiros, por volta das 7 horas da manhã de ontem, na Rua da Formiga, bairro do São Caetano. Nicolas andava na rua quando foi abordado por dois elementos, ainda não identificados, a bordo de uma moto, que dispararam contra ele, atingindo várias partes do corpo. O crime está sendo apurado por policiais da 4ª CP (Delegacia de São Caetano).
Segundo relatos de moradores, a vítima não era conhecida da região. "Não o conhecemos, nunca vimos por aqui, só ouvimos os disparos e chamamos a polícia, pode ser que ele tenha vindo aqui para ver alguém, pois está todo arrumado", arriscou uma moradora do local que temendo represálias, preferiu não se identificar. O jovem, apresentava documentação e trajava bermuda, camisa e tênis.
De acordo com a polícia, não se pode descartar que o crime tenha sido motivado por cobranças de dívidas de drogas.
"O tráfico de drogas aqui nessa região é muito intenso", relatou um militar que aguardava os peritos para a remoção do corpo. Os policiais da 4ª delegacia não revelaram se o jovem tinha entradas em delegacias, mas afirmaram que ainda não tem nenhuma pista sobre os autores do crime.
Outros três homicídios foram registrados em Salvador e Região Metropolitana durante a madrugada de ontem. Dentre eles, por volta das 0h45, Dalto Ribeiro Santos Júnior, 36 anos, foi atingido por diversos tiros na Ladeira do Paiva, no bairro da Caixa D’Água.

Presos fazem rebelião na delegacia da Boca do Rio


Daniela Pereira

Na manhã de ontem, os detentos da 9ª delegacia, no bairro da Boca do Rio se rebelaram e tentaram fugir da unidade prisional. Superlotação e decadência estrutural teriam sido os possíveis motivos que levaram os presos a serrarem as grades e fazer três reféns dentro das celas. Para conter a rebelião, os agentes da 9ª precisaram disparar contra os detentos. Na ação, o preso, Ademir Nascimento Ferreira foi baleado no ombro e socorrido no Hospital Roberto Santos. Dos 39 custodiados na unidade, 30 foram transferidos para outras delegacias.
De acordo com o agente Cândido Albérico, a revolta começou a partir das 2 horas da madrugada. "Nós ouvimos o barulho deles e fomos ver o que estava acontecendo. Quando cheguei à custódia, as grades, as travas e os cadeados estavam serrados e todos já estavam do lado de fora das celas, armados com barras de ferro e facas, puxando o portão de saída. Imediatamente solicitei ajuda, pois eles gritavam muito e seguiam em direção ao corredor", afirmou o policial.
Os presos foram contidos e encaminhados ao pátio da delegacia, mas ainda no pátio, eles quebraram o cadeado e partiram para cima dos policiais. Albérico completa que, os detentos estavam enfurecidos e intencionados à agredir os policiais. "Eles estavam prontos para uma guerra, vieram intencionados a nos atacar. Os ânimos só foram contidos quando um policial atirou para o chão e o estilhaço da bala atingiu o ombro de um deles, poderíamos ter morrido", relatou o agente. Segundo a polícia, a rebelião estava sendo planejada desde a semana passada, quando a unidade teve todas as câmeras de vigilância quebradas pelos detentos. A 9ª delegacia tem capacidade para 18 presos, mas atualmente custodiava 39. Com os presos, os policiais apreenderam facas, canivetes e várias barras de ferro. Após a confusão, uma revista foi realizada nas celas, mas nenhum instrumento foi encontrado.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Preso é espancado até a morte em Barreiras

Daniela Pereira

O detento Marivaldo dos Santos Oliveira, 24 anos, conhecido como Nocha, foi espancado, morto e teve o corpo jogado dentro de uma caixa de esgoto no pátio do Complexo Policial de Barreiras. Por volta das 17 horas da última segunda-feira, Marivaldo foi esfaqueado e agredido até a morte por outros presos da unidade, devido a uma cobrança de dívidas de jogo adquiridos dentro da prisão. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal de Barreiras, a 898 km de Salvador.
De acordo com Carlos Ferro, delegado titular da 11ª Coordenadoria de Polícia do Interior (11ª Coorpin), Marivaldo era considerado de alta periculosidade e tinha inimigos dentro das celas. "Desde a primeira vez que foi preso por roubo, Marivaldo era considerado um dos líderes da cela por praticar torturas com requintes de crueldade com os demais", afirmou o delegado.
Durante o tempo em que cumpriu pena, Nocha adquiriu dívidas com os detentos provenientes de apostas de jogos realizadas dentro da prisão. "Os presos contaram que estavam esperando ele retornar para cobrarem o dinheiro e vingar todas as práticas dele", declarou Ferro. No último dia 26, a vítima foi detida pelo mesmo crime. Usando um espeto, feito com ferro de arames de cadeira, Marivaldo foi espetado em todo o corpo e espancado por vários detentos.
Uma revista foi realizada na unidade, após a morte de Marivaldo, mas nenhum objeto ilícito foi encontrado no interior das celas. Este é o primeiro registro, este ano, de morte em cadeia. A prisão de Barreiras tem capacidade para 28 presos, mas atualmente 96 estão em cárcere.

Militar da marinha é assassinado no Engenho Velho da Federação

Daniela Pereira

Por volta das 23 horas do último domingo, o militar da Marinha, Luís Carlos Macedo Ramos, 28 anos, morreu ao ser vítima de um suposto latrocínio ocorrido na Rua Xisto Bahia, bairro do Engenho Velho da Federação. Luís Carlos estava com a esposa e duas crianças dentro do veículo Gol verde, de placa JNP 8899, quando foi abordado por dois elementos em um Celta preto. Após o anúncio do assalto, o militar foi atingido com um tiro na cabeça. Os bandidos fugiram do local, sem levar nada. A vítima foi socorrida e levada ao Hospital Geral do Estado (HGE), mas não resistiu ao ferimento. Após um dia de passeio com a mulher, a filha de 5 anos e o sobrinho de 4, Luís Carlos foi ao Engenho Velho da Federação deixar o sobrinho em casa. Ao estacionar na porta do cunhado, foi abordado por dois assaltantes que lhe pediram os pertences. "Quando eles viram que tinha criança dentro do carro, um deles desistiu e aconselhou o outro a fazer o mesmo. Porém, um dos assaltantes voltou e, mesmo sem reação alguma, atirou na cabeça do rapaz", relatou uma testemunha que, temendo represálias, preferiu não se identificar. De acordo com Vanessa Fontes Santos de 23 anos, esposa da vítima, devido à boa conduta do marido, é provável que ele tenha sido morto por engano. "Ele estava há um ano e meio na Marinha e não tinha problemas com ninguém, era uma pessoa muita tranquila e calma", afirmou a viúva. Vanessa ainda completa que não houve motivos para o marido ser assassinado. "Ele nem sequer reagiu ao assalto, apenas colocou a mão na cabeça e disse aos bandidos que levassem tudo, mas mesmo assim eles atiraram", contou. Segundo informações da 7ª Delegacia, além do latrocínio, a polícia investiga suspeita de crime de mando, uma vez que, os assassinos não levaram o carro e nem os pertences da vítima. Luís Carlos era casado com Vanessa há cinco anos e deixou uma filha menor de idade.

domingo, 28 de junho de 2009

Elucidação do cemitério de veículos


Repórter: Daniela Pereira
Fotógrafo: Romildo de Jesus

Por volta das 11 horas de ontem, policias do Serviço de Investigação (SI) da Delegacia de Repreensão a Furtos e Roubos de Veículos (DFRV), acompanhados pelos peritos do Departamento de Polícia Técnica (DPT), estiveram no cemitério de veículos para recolhimento e identificação das carcaças abandonadas. A solicitação da perícia foi feita pelo delegado plantonista, Nilson Borba. Em meio às peças, dois carros um da Ford e o outro da Fiat, foram identificados e os proprietários localizados pela polícia. O cemitério de carros está localizado no entorno da Lagoa do Parque Encantado, na região da Paralela.
De acordo com os agentes da DFRV, a medida inicial é retirar os carros do local para elucidação dos casos e finalizar a ocorrência registrada por Ivan Tanajura. O micro-empresário teve o veículo - um Passat prata, ano 98/99, placa JNU 1113 - tomado de assalto, no último dia 17, nas imediações do bairro de Pituaçu, por dois elementos armados. "O primeiro passo é oficializar, o caso do Passat e depois da perícia, localizar os proprietários dos outros veículos. Se o carro possuir seguro, entraremos em contato com a seguradora", explicou o policial. Outro agente arriscou a possibilidade dos carros terem sido desmanchados em oficinas especializadas localizadas no interior do Estado. "Devido aos cortes feitos de forma linear, à base de maçarico, é possível que os bandidos tenham trazido essas carcaças e jogado aqui. Não temos conhecimentos de oficinas de desmanche em Salvador", afirmou.
Segundo informações do DPT, a aparência degradada dos destroços abandonados motivado pela exposição às ações dos ventos e das chuvas, dificultará o trabalho de identificação.
A pastora de uma igreja evangélica, Maria Aparecida de Oliveira, 43 anos, compareceu pela terceira vez à DFRV com a esperança de obter alguma novidade sobre o carro que foi levado de assalto, no último dia 23, em Simões Filho, por quatro elementos fortemente armados. "Eu estava com meu marido e minha filha de 6 anos, quando eles me cercaram a bordo de um Estrada de cor vermelha e com armamento pesado, levaram nosso carro e nos obrigaram a correr", relatou. Maria ainda aponta desinteresse da polícia em esclarecer esses casos. "Por conta própria eu estou percorrendo várias delegacias e lugares desertos em busca do meu carro. Já encontrei vários veículos roubados em Simões Filho e na Estrada do Cia, informei aos policiais e até agora, eles não fizeram nada", lamentou. De acordo com Ivana Costa de Souza, 43 anos, existem casos em que a corrupção e golpes de seguradoras, impedem a resolução dos casos.
"No último dia 19, fui cercada por assaltantes. Antes de levar o carro, eles perguntaram pra gente se o veículo tinha seguro, respondemos que não e eles nos disseram para não registrar queixa, senão queimariam o carro", relatou a vítima.

sábado, 27 de junho de 2009

Investigação constata destino de carros roubados


Daniela Pereira

Denúncias feitas no início da semana sobre a existência de um cemitério de veículos em região entre a Avenida Paralela e Piatã, não estimularam a Polícia a fazer o levantamento do local. No retorno a área, ontem pela manhã, foi localizado um saco plástico parcialmente destruído, molhado com combustível, que continha documentos que identificam veículo e proprietário. A partir de hoje, todo material apanhado será entregue na Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos, onde foi registrada, inclusive, a ocorrência de um dos donos dos documentos encontrados.
A área está tomada pelos veículos, as ações do vento e de animais, além da presença de pessoas que recolhem diariamente peças abandonadas, desfiguram o local de crime a cada dia. Não há qualquer demarcação indicando que há preservação para a perícia, e, sequer, policiais estão por perto. O "cemitério" fica no entorno da Lagoa do Parque Encantado, área nos fundos do Shopping Paralela. Durante a observação feita na área, foram encontradas declarações de imposto de renda e vários recibos de pagamentos, além de um carnê de prestação de carro, com endereços e identificação dos proprietários estavam no local misturados à lama deixada pela chuva, ou perdidos nas latarias. Os documentos achados pela equipe viabilizariam a polícia acelerar a investigação de muitas ocorrências registradas e, possivelmente, golpes de proprietários nas seguradoras de veículos. Atualmente, em média, 10 carros são tomados de assalto por dia em Salvador.
Os documentos do micro-empresário Ivan Tanajura, dono de uma panificadora, estão no meio do "achado". Ele foi localizado pela equipe de reportagem na tarde de ontem e explicou que ao se dirigir ao trabalho, teve o veículo, um Passat prata, ano 98/99, placa JNU-1113, tomado de assalto nas imediações do bairro de Pituaçu, por dois elementos armados. "Prestei queixa na Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos, mas até o contato de vocês não tive qualquer informação", adiantou. O assalto ocorreu no último dia 17 e o empresário assegura que estava sem seguro do veículo.
Várias tentativas foram feitas para maiores informações com a Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos. O cenário na Paralela continua o mesmo. Carcaças e mais carcaças, peças e mais peças espalhadas pelo chão de barro. Sem contar com outros documentos que assim como os proprietários, "esperam" que algum curioso os encontre e impeça, todavia, a celeridade nas investigações. Segundo relatos de trabalhadores de obra realizada na região da Lagoa do Parque Encantado, o movimento de abandono de peças e estruturas de automóveis no local é diário e visível há pelo menos três meses. As testemunhas ainda informam que além de carros roubados, os próprios donos usariam o local para descarte dos automóveis, como forma de simular roubo e conseguir retorno da seguradora.

Familiares revoltados após assassinato de irmãos no Lobato

Daniela Pereira

Um duplo homicídio chocou os moradores da Rua Marcelino Palmeiras, no bairro da Prainha do Lobato e deixou em estado de choque os familiares dos irmãos Edson Ramos de Oliveira de 31 anos, e Eliosmar Nunes de Oliveira de 27. Ambas as vítimas estavam sentadas na porta de casa, quando três elementos desconhecidos dispararam contra Eliosmar, ao tentar defender o irmão, Edson acabou sendo alvejado. Os dois foram socorridos ao Hospital João Batista Caribé, mas não resistiram aos ferimentos.
Morador da Mata Escura, Eliosmar aproveitou os festejos juninos para visitar a família, os amigos e almoçar na casa da sogra. "Quando ele saiu do trabalho veio direto para minha casa, minha filha já estava aqui esperando por ele. Meu genro almoçou e brincou com todos da família antes de acontecer essa tragédia", relatou sob muito choro, Ruth da Silva de 49 anos, sogra da vítima.
De acordo com uma testemunha e cunhado da vítima, três homens armados dispararam contra as vítimas sem motivação. "Depois do almoço, nós sentamos no passeio de casa e ficamos conversando e olhando a movimentação da rua. De repente chegou três homens e sem falar nada atiraram no Eliosmar", contou o garoto. A testemunha ainda conta como o outro foi atingido e ressalta que por pouco também não morreu com os disparos.

Esposa implora para que homem não seja morto na frente do filho

Daniela Pereira

Joanderson Santos de Jesus foi morto com diversos tiros, por volta das 7h da manhã de ontem, próximo a porta da casa onde morava com a esposa e o filho de 1 ano. A vítima foi encontrada, trajando camisa vermelha e calça jeans, na 2ª Travessa Mamed, bairro de Alto da Teresinha. Joanderson foi executado por dois homens armados, ainda não identificados, que o surpreenderam em casa.
Segundo relatos dos moradores, Joanderson era um ex-presidiário e fazia pouco tempo que tinha deixado o presídio. "Não tem nem um mês que saiu da prisão e mataram ele. Os vizinhos comentam que ele devia por aqui", relatou um orador, que temendo a violência do local preferiu não se identificar. Segundo ele, Joanderson foi executado fora de casa a pedido da esposa. "A esposa pediu para os assassinos que não atirassem no marido na frente do filho", afirmou.
De acordo com Maria da Cruz Ribeiro de 29 anos, devido à movimentação dos fogos juninos, ninguém percebeu os tiros. "Nessa época as crianças soltam muitas bombas, fica difícil da gente perceber quando é um tiro", afirmou. Maria ainda completa dizendo que a violência no Alto da Teresinha está incontrolável. "Aqui está demais, os bandidos estão governando tudo, se a gente falar demais, morre", protestou.
O pai da vítima, em aparente estado de embriaguez, protestou sob gritos, contra o assassinato do filho e ameaçou agressivamente a equipe de reportagem, caso o corpo do filho fosse fotografado. Os policiais da 5ª delegacia, em Periperi, investigam a motivação e autoria do crime, mas trabalham com suspeita de cobranças de dívidas de drogas.
Ainda na área da 5ª delegacia, na Travessa Melissa em Coutos, o corpo de Aleison Neiva Ribeiro de 39 anos foi encontrado com sinais de apedrejamento e perfurações de facas. Ambos os corpos foram removidos ao Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IMLNR)

Cemitério de veículos continua sem atenção policial

Daniela Pereira

Desta vez, ao invés de ossadas humanas, o cenário no entorno da Lagoa do Parque Encantado, nos fundos do Shopping Paralela, é formado por carcaças de automóveis, chassis, para-choques e chaparias incendiadas. Um crime a céu aberto para ser investigado e finalizado pelas autoridades.
O local é de difícil acesso, rodeado por um matagal, sem movimentação e ronda policial, e propício para qualquer natureza de crime. Basta uma rápida circulação pela área e o que se encontra são carcaças e mais carcaças de veículos. Alguns carros ainda podem ter a marca e a numeração identificada pela polícia, outros estão enferrujados ou incendiados não possibilitando sequer a identificação da cor.
Segundo informações dos trabalhadores do local, o aparecimento das carcaças é recente, mas já está virando rotina da região. "Eu trabalho por aqui há dois anos, mas faz três ou quatro meses que esses carros estão aparecendo por aqui. Além disso, assassinatos já é coisa constante. A polícia passa fazendo ronda, mas acho que nem percebe, ou não quer ver a quantidade de peças de carros jogadas pelo chão", afirmou um operário da Construtora Realeza.
Já um morador das redondezas, afirmou que muitas vezes são os proprietários que abandonam os próprios veículos. "Isso acontece há muito tempo. Já presenciei muitos donos abandonarem os próprios carros em busca de receber um novo do seguro, outras vezes são ladrões que roubam e tiram as peças e abandonam a carcaça", relatou o servente, Valmir Neves da Silva, 42 anos. Valmir ainda afirma que o aparecimento das carcaças e constante. "Aqui só não está pior porque os catadores de ferro velhos recolhem todas as peças, mas quando tira uma hoje amanhã tem outra no lugar", relatou.
De acordo com uma seguradora de veículos, em muitos casos há envolvimento do dono em uma simulação de assalto ou roubo do veículo com o objetivo de conseguir um novo. Para coibir esse tipo de prática, antes do pagamento, existe uma perícia para identificar o que realmente ocorreu com o carro e se o proprietário do veículo está envolvido ilicitamente no sumiço do carro.

Violência e prostituição na Orla de Salvador


Daniela Pereira

A partir do final da tarde, a Orla de Salvador se transforma. Na calçada, mulheres desfilam e como se fossem estrelas de um grande espetáculo. Assim se pode montar o palco da madrugada na Pituba, Amaralina e Barra, por exemplo. Frequentada por clientes de todos os tipos, que buscam sexo, rápido, fácil e descomprometido, as boates e as calçadas contam com a serventia de “garotas” (sejam mulheres ou transexuais) bonitas e provocantes. Seus serviços, que consistem conceitualmente no “comércio sexual com retribuição monetária e indiferença pessoal”, são solicitados na maioria das vezes por jovens e homens entre 25 e 50 anos. Além de conviverem com o desprezo e discriminação da sociedade, as prostitutas são mulheres sujeitas a agressões de todo tipo. De acordo com a Rede Brasileira de Prostituição (RBP), associação que representa profissionais do sexo, as garotas que trabalham nas ruas sofrem violências, na maioria das vezes, de clientes jovens da classe média. Recusa por parte dos clientes ao uso do preservativo, o consumo de álcool e drogas são os fatores mais comuns para ocorrência de agressões, sejam físicas ou verbais. Em boates, os seguranças parecem estar atentos a tudo o que se passa dentro da “casa” durante o show. De acordo com o ex-segurança de uma boate, Luiz Cabral Borges, 30 anos, os guarda-costas são pagos para preservar o local e a integralidade física dos clientes e das garotas. “Se elas resolverem sair com os clientes, a casa não se responsabiliza em nada”, afirma.

Vida noturna invade bairros nobres

A prostituição está distribuída e evidenciada em pontos da cidade, como Barroquinha, Pelourinho, Carlos Gomes, Barra, Amaralina, Pituba, entre outros. Os locais servem de cenário para sexo, bebida e violência. Muda o ambiente, mas não a realidade. Um soldado da 11ª Companhia da Polícia Militar da Bahia afirma que a polícia é paga para proteger os cidadãos. “O que acontecer aqui na Barra, elas sabem que podem contar conosco, é nossa obrigação, não importa se é branco ou preto, prostituta ou não”, garante. Essa afirmação contradiz as estatísticas, ainda não oficializadas, de violência voltada às mulheres prostituídas e histórias contadas pelas vítimas. Uma delas é Jane (nome fantasia), uma morena de baixa estatura, conhecida como “Baixinha”. Ela conta que, por diversas vezes, teve seu dinheiro tomado pelos próprios policiais. “Se a gente não der, eles xingam e querem até bater em nós”, disse. Jane guarda no corpo as marcas da agressão que sofreu de um turista argentino. Embriagado o visitante se negou a pagar o programa e, após trocas de ofensas, deu-lhe um soco no olho esquerdo, deixando como “pagamento” uma cicatriz no supercílio. Segundo especialistas, o passaporte para o círculo da prostituição acontece devido a fatores psicológicos e sociais. Algum trauma de infância, mais precisamente violência doméstica, a família desestruturada, a esperança de uma vida melhor e mais fácil, precipitações pessoais e outros elementos. Jane tem 22 anos e está na prostituição desde os 17 anos. Aos 15 anos resolveu sair de casa e “fugir” com o namorado, já que sua mãe não aceitava sua gravidez precoce. “Ela me enchia, gostava de falar de tudo. Aí eu explodia e era só briga mesmo”, completa.Prostitutas ocupam lugares desertos e de pouca iluminação, propícios a ocorrer atos violentos sem testemunhas. Elas estão em grupos para o caso de uma eventualidade.

Problemas familiares levam às ruas

Baixinha pertence ao grupo que entrou no ramo da prostituição por rebeldia. O relacionamento com o namorado durou cerca de dois meses após sua saída de casa. A criança nasceu e hoje se encontra aos cuidados da avó materna. Como não queria voltar para a mãe, fez do Porto da Barra seu “ponto” de prostituição. “Se eu voltar pra casa agora como eu sou, (refere-se ao fato de ser prostituta) aí é que ela vai me esculachar mesmo”, afirma a garota.M.F., 34 anos, é mãe de três filhos menores de idade. Durante cinco anos desempregada, trabalhou alguns meses em uma Lan House faturando R$ 200,00 por mês. Como o dinheiro não dava para as despesas, voltou ao local do seu primeiro emprego, só que, dessa vez, como prostituta. Há nove anos na Orla de Salvador, M.F. conta que já viu de tudo e já passou por três vezes por traumáticas experiências de violência. “Cheguei uma vez em casa com o rosto inchado de um tapa que levei de um ‘playboizinho’ com idade de ser meu filho e tive que dizer pra minha filha mais velha que escorreguei lavando o chão de casa”, conta. M.F. diz que desrespeito e situações de risco estão presentes no dia-a-dia das prostitutas. “Eu acho que eles pensam que só porque estão pagando podem fazer o que quiserem com a gente, mas não é assim não”, protesta.De acordo com a socióloga Mônica Coutinho, o preconceito contribui para a exclusão social. “A forma como a sociedade, de modo geral, estereotipa essas mulheres é algo completamente relacionado ao campo da moral. O que tem a ver também com a questão da religião, no nosso caso a católica, que abomina totalmente a questão da prostituição, ou seja, reforçando a exclusão”, afirma a socióloga. A especialista ainda completa que como a maioria dos homens é machista, na nossa sociedade, se sentem no direito de agredi-las.
Porém, Borges conta que quando as garotas iam sair da boate com algum cliente, muitas vezes, pagavam um táxi para ele as seguir e proteger, como uma espécie de segurança particular. “Teve um dia que tive que ‘bafar o cara’ pela camisa, ou então não tinha dinheiro, nem pra mim e nem pra ela”, conta o ex-segurança, referindo-se a um cliente que não queria pagar o programa e ao dinheiro que recebera pelo serviço particular, cerca de R$ 30,00 e um lanche para esperá-la.

Histórias repletas de mistérios

Sempre de calça jeans, sapato de salto alto, sombra azul ou verde, de volume um tanto quanto exagerado, lápis de olho preto e uma bolsa grande de couro. É assim que *Aline, uma bela jovem de 28 anos, sai para trabalhar sempre às 8 horas da manhã, arrancando suspiro dos marmanjos e também o desdém de mulheres. Mais conhecida no ambiente de trabalho como Tati, *Aline batalha para tirar seu sustento e do filho de 5 anos, um garoto agitado que cobiça tudo que vê na televisão. Numa tentativa de melhorar de vida, perambula em carros de homens estranhos e motéis em diferentes rotas de Salvador, mas na maioria das vezes permanece nos quartos da “casa” onde trabalha localizada no centro da cidade, mas precisamente num bairro movimentado pelo comércio, a Barroquinha. Visando apenas o dinheiro pago após sua hora de serviço, que custa R$ 30,00 dependendo da negociação, não se arrisca a trabalhar nas ruas, prefere uma casa, onde segundo ela, “está para o que der e vier sem medo de ser feliz”. Ao lembrar da sua infância e adolescência ela conta que sonhava em ser professora e teve essa meta interrompida aos 16 anos, quando engravidou e pela primeira vez provocou uma morte através de remédios abortivos comprado pelo pai da criança, um homem casado de 32 anos. A família nunca soube desse episódio, que a jovem revela não se arrepender “nem um pingo”. Temendo a rejeição dos conhecidos, o pai mandou-a de mala e cuia para morar com a madrinha em Salvador, uma experiência que mudou completamente sua vida, pois o marido da madrinha passou a relacionar-se com ela nas horas em que a esposa não estava. Demorou quase três anos para que a madrinha descobrisse e os colocassem para fora de casa. Segundo ela, foi uma fase muito difícil, pois não tinha para onde ir. Em seguida, arranjou um emprego numa famosa e extinta Casa de Massagem. *Aline trabalhou no local durante três anos e fez sucesso com os clientes e com *Alex, filho do dono da casa, um garoto de 19 anos. Juntos, viveram como um casal de namorados, tudo ia bem a não ser por um pequeno detalhe: pela primeira vez Aline* misturou trabalho com sentimentos. "Se ele não fosse tão infantil estaríamos juntos até hoje e se ele quisesse até arrumaria um emprego melhor”, lamenta a moça cheia de saudades no olhar e na voz. Depois de quatro meses de namoro veio a gravidez. Dessa vez preferiu que a criança viesse ao mundo, até pensou em ter uma família. Aos poucos a realidade foi tomando espaço na vida da garota. O sogro cansou de ajudar no sustento do neto iniciou uma verdadeira guerra com a jovem. *Aline teve que abandonar a Casa de Massagem e separar-se de *Alex. Meses depois conheceu um homem tímido e tranqüilo, que se tornou marido. Começou a trabalhar no atual emprego, um bordel que funciona em cima de uma loja de roupas na Barroquinha, lugar que segundo ela é ótimo, “não poderia ter arrumado um lugar melhor, tem muita organização, em primeiro lugar somos nós depois os clientes”, afirma orgulhosa. Casada há 3 anos, hoje ela vive à sua maneira. Mora em uma casa com quarto, sala, cozinha e banheiro, com aluguel no valor de R$190. O dinheiro que recebe do trabalho, juntamente com o do marido, paga as despesas, o colégio do filho que custa R$70. Como mulher vaidosa que é, adora comprar roupas, peças íntimas e maquiagens. Assim é *Aline uma mulher simpática que ama sua família, é apaixonada pelo marido e pelo filho. E seus segredos são algo que todos temos.

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