domingo, 12 de julho de 2009

Mulher assassinada na frente do filho é enterrada

Daniela Pereira

Revolta e a dor da perda marcaram o enterro, na manhã de ontem, de Ana Cláudia Santos de Jesus, de 36 anos no Cemitério Quinta dos Lázaros. A empregada doméstica foi assassinada anteontem na frente do filho de três anos a caminho do trabalho, na Ladeira da Pedra, bairro do Iapi. Ana Cláudia tentou correr, mas os bandidos, que estavam em um moto de cor preta, segundo testemunhas, puxaram a bolsa e dispararam um tiro na cabeça dela.
Sob muitas lágrimas e lamentações, familiares foram amparados pelos amigos que durante todo o velório demonstravam indignação pela forma brutal como a vida de Ana Cláudia foi ceifada. "As bandidos que fizeram isso com ela não tem mãe. É uma crueldade tirar a vida de uma pessoa que nunca fez mal a ninguém", relatou Josenice Gonçalves Menezes de 42 anos, que frequentava a igreja com a vítima.
Um irmão de Ana Cláudia que preferiu não se identificar, revelou que por pouco o sobrinho de três anos também não morreu. "Sempre que a sogra dela não podia ficar com a criança, ela levava ele para o trabalho, como aconteceu nesse dia. Precisamos de justiça, como é que uma pessoa pode morrer assim, sem motivo algum? Onde está a segurança dessa cidade?", protestou.
Segundo familiares, por ter presenciado o assassinato da mãe, o filho de Ana Cláudia permanece em estado de choque. "Ele repete o tempo todo como aconteceu o assalto e continua chamando o assassino da mãe de homem mau. O sofrimento maior é porque ele fica o tempo todo chorando, perguntando por ela e pedindo para ir para casa ver a mãe", relatou com tristeza a sogra, Francisca Santos de Freitas de 54 anos.
Muito abalado e visivelmente abatido, Valter Santos de Freitas de 33 anos não saiu de perto do caixão da esposa. Amparado pela mãe e amigos, o rapaz chorava muito e questiona várias vezes o motivo pelo qual a esposa foi assassinada. "Por que fizeram isso, mãe? Por que mataram ela?", perguntava insistentemente. Os agentes da 2ª delegacia na Liberdade, unidade policial responsável pelo caso, continuam sem informações a respeito dos autores do latrocínio.

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