quarta-feira, 8 de julho de 2009

Sequestrador apresentado na SSP

Daniela Pereira

Por volta das 11h30 da manhã de ontem, Dagmar Pereira de Jesus, 26 anos, acusado de participar do sequestro e execução do ex-presidiário, Mário Carlos Jezler da Costa, foi apresentado à imprensa no auditório da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Dagmar foi detido na tarde do último domingo por policiais do Grupo de Inteligência da Polícia Civil (GI) e do Grupo Especial de Repressão a Roubos em Coletivos (Gerrc). No confronto com os policiais o comparsa dele, apelidado de Buiú, morreu. Dagmar foi autuado em flagrante por crime de extorsão mediante sequestro.
De acordo com Cláudio Oliveira, delegado titular do Gerrc, a prisão do acusado foi programada pelos policiais. "Disfarçados, mantivemos contato com eles como se fôssemos parentes do sequestrado. Marcamos, por volta das 1h30 na Rua Altino Teixeira em Porto Seco de Pirajá, para a entrega da quantia em dinheiro e efetuamos a prisão em flagrante", relatou o delegado.
O sequestro de Mário, comandado por um traficante conhecido como "Pai", iniciou na última sexta-feira no bairro do Imbuí. O motivo seria uma quantia de R$ 150 mil, proveniente de um assalto à banco, que Mário estaria em posse e se negava a repartir com os demais. A família entrou em contato com a polícia para registrar o caso. A vítima foi encontrada morta atrás de um supermercado na Avenida Garibaldi, com várias perfurações de tiros no corpo e com a língua e os dedos da mão, mutilados.
O delegado chefe da polícia civil, Joselito Bispo, afirmou que mesmo após a execução, os sequestradores exigiram da família uma quantia de R$ 100 mil, para o resgate. "Eles não sabiam que a família já estava avisada da morte de Mário e que nós estávamos indo ao encontro deles para o pagamento do resgate", relatou Bispo. Dagmar e um outro elemento, conhecido como Buiú foram buscar a quantia, em uma moto de placa JKS-9292, e perceberam a presença dos policiais. Na perseguição, Buiú atirou contra os agentes, mas foi baleado e morreu no local. Dagmar, que pilotava a moto, foi atingido na perna desistindo da fuga.
Segundo o acusado, que negou participação no crime, tudo foi uma armação de Buiú. "Eu não sabia de nada que estava acontecendo, Buiú foi à minha casa me chamar para buscar um dinheiro com ele na Brasilgás, quando chegamos lá estavam os policiais que me prenderam. Eu nem sabia desse sequestro", disse.
De acordo com o delegado Artur Gallas, diretor do Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP), possivelmente há mais envolvidos no crime. "Existem mais elementos envolvidos, mas ainda não podemos divulgar mais detalhes para não atrapalhar as investigações, mas já adiantamos que eles são de alta periculosidade", afirmou. Em posse de Dagmar, que possui entradas por assalto a coletivos, formação de quadrilha e porte ilegal de armas, a polícia apreendeu uma pistola calibre 45 de uso exclusivo das forças armadas.

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