terça-feira, 28 de julho de 2009

Assaltantes vestem-se de palhaços para saquear loja

Daniela Pereira

Por volta das 10 horas de ontem, dez homens armados invadiram a loja Papel e Cia, localizada na Avenida Paralela, renderam os seguranças e saquearam funcionários e clientes. O grupo entrou no estabelecimento distribuindo folhetos para ajudar crianças com câncer, usando calças jeans, jalecos da Medial Saúde, perucas e narizes de palhaços. Aparelhos celulares dos funcionários e R$ 600 dos caixas foram levados durante o assalto. Após a ação, que durou cerca de cinco minutos, os assaltantes fugiram em três veículos, entre eles, um táxi. Houve perseguição e tiroteio. Três suspeitos morreram e os demais conseguiram fugir.
Alexsandro Bispo dos Santos, 24 anos, Almir Ferreira de Carvalho, 37 anos, e um terceiro acusado, ainda não identificado, foram baleados e levados pelos policiais ao Hospital Roberto Santos (HRS), mas não resistiram aos ferimentos. Além das roupas e perucas usadas no assalto, os policiais do Serviço de Investigação (SI) da 9ª delegacia apreenderam em poder dos bandidos, três revólveres calibre 38, uma pistola, um rádio comunicador e munições.
De acordo com uma testemunha, devido aos trajes usados pelos assaltantes, os funcionários demoraram a perceber o assalto. “Eu estava na sala de Assistência Técnica e vi quando eles entraram com roupas coloridas e começaram a distribuir os folhetos. Depois eles mandaram todo mundo ficar calado e deitar no chão. Pensei até que fosse uma brincadeira, mas eles ficaram nervosos e gritaram que o negócio era sério”, relatou, anonimamente, um funcionário da loja.
Os assaltantes chegaram à Papel e Cia à bordo de dois veículos, um Brava e um Pálio, de placa JPG 6687, e um táxi, que foi abordado por eles, após abandonarem o Pálio. “Eu tinha terminado de deixar uma cliente quando eles fizeram sinal para mim como se fossem clientes normais. Eu parei, entraram três e pediram que os levassem para o bairro de Sussuarana”, afirmou o motorista do táxi, Pedro Celestino Mota Filho, 58 anos.
Segundo o taxista, até a abordagem policial, não desconfiou que estava transportando assaltantes. “Eles estavam tranquilos e calados, não me ameaçaram e nem me disseram nada. Quando chegamos próximo ao Centro Administrativo da Bahia (CAB), os policiais me mandaram encostar o carro e ordenaram que eles descessem. Na mesma hora eles atiraram contra os agentes, foi um sufoco”, relembrou, ainda assustado. Pedro completou que em mais de 20 anos de profissão nunca passou por uma situação dessas.
O diretor da Papel e Cia, Antônio Carlos, afirmou que o estabelecimento possui três seguranças, sendo que apenas um trabalha armado, e não houve grandes prejuízos financeiros. “Eles chegaram pedindo o dinheiro, só que aqui não fica dinheiro algum e apesar de não trabalharmos fortemente armados, nunca passamos por um assalto desta proporção. O último aconteceu há mais de 8 anos”, relembrou o diretor.
As fitas do circuito interno de câmeras registraram toda a movimentação dos bandidos e se encontram em poder da polícia para identificação dos demais fugitivos. Os agentes do SI da 9ª delegacia, Boca do Rio, afirmaram que, os passos dos meliantes foram seguidos desde a saída da loja. “Ficamos sabendo do acontecido pelo rádio da polícia e logo em seguida começamos a perseguição”, afirmou um agente.

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