quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Acusado de torturar assistente social vai a júri popular

Daniela Pereira

O juiz Valdir Viana Ribeiro Júnior, da vara crime de Lauro de Freitas, decidiu no final da tarde de ontem, que o professor de educação física Adalberto França Filho, 39 anos, que no dia 26 de junho torturou e tentou assassinar sua companheira, Luciana Brasileiro Lopo, vai a júri popular por tentativa de homicídio. A assistente social Luciana Lopo, 31 anos, participou de uma audiência de instrução realizada no Fórum de Lauro de Freitas, na manhã de ontem e confirmou as agressões. A vítima chegou ao local acompanhada pelo pai, Roberto Lopo e pelo advogado, Antônio Marcos. Coordenada pelo juiz Waldir Viana Ribeiro Júnior, a audiência de instrução reúne o réu, a vítima e as testemunhas do caso, entre elas, o pai de Luciana, a avó, Teresinha Brasileiro, um amigo de Adalberto e a empregada do casal, que presenciou o crime.
Visivelmente abalada e nervosa, Luciana chegou ao fórum, por volta das 8h40, abraçada pelo pai e não deu declarações à imprensa. Para evitar um possível encontro com Adalberto, que chegou quinze minutos depois escoltado pela polícia, a Assistente Social foi levada pelos familiares e advogado para uma sala reservada. Em busca de um documento, Adalberto também entrou na sala, mas os familiares impediram o encontro.
De acordo com Roberto, a filha continua nervosa com a lembrança do fato e só dorme com ajuda de remédios. “Fisicamente ela está se recuperando, mas as marcas psicológicas ainda são profundas. Só em falar no nome dele, ela se desespera e chora muito”, relatou o industriário. Roberto ainda completou que, tem esperanças que a justiça seja severa e aplique uma pena longa ao acusado. “Se ele fez essa monstruosidade com minha filha, pode fazer com qualquer pessoa. Espero que ele seja punido como merece”, afirmou.
Os advogados de Adalberto defendem a tese de que o acusado apresentou um surto psicótico e sofre de problemas psicológicos. Apesar de condenarem a tortura feita pelo filho, os pais de Adalberto, compareceram ao fórum para defender o filho. O acusado, por sua vez, em audiência, negou acusações de tortura e disse que os ferimentos apresentados pela vítima foram fruto de acidentes. O advogado do réu, por sua vez, alegou aminésia.
A mãe da assistente social, Maria das Graças Lopo, contou que, assim como Luciana, a família teme a liberdade de Adalberto. “Depois de tanto tempo, só agora minha filha está tentando retomar a vida e sair às ruas. Estamos pensando em mudar de endereço, pois ela garantiu, na frente da polícia, que quando sair da prisão vai procurá-la. Estamos assustados com o que pode acontecer. Por pouco ele não matou minha filha”, relembrou. Adalberto foi preso em Simões Filho três dias após torturar Luciana, com quem convivia há três meses, dentro da própria residência do casal, em um condomínio de Vilas do Atlântico. Luciana foi queimada com leite e café ferventes na região do rosto, pescoço, costas, barriga e pernas. Atingida com dois tiros, a vítima foi torturada com equipamentos de artes marciais. Em depoimento, Adalberto confessou o crime e justificou-se alegando que estava sendo traído.

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