quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Criança fica na mira de assassinos

Daniela Pereira
Fotógrafo: Vaner Casaes

Os momentos vividos na manhã de ontem pela criança de nove anos, que foi personagem de uma tragédia a caminho da escola, foram relatados por moradores da Rua São Francisco na Estrada das Barreiras, bairro do Cabula. Por volta das 8 horas, Moacir de Jesus Freitas, 39 anos, levava o filho para mais um dia de aulas quando foi abordado por oito homens armados. O grupo começou a atirar e o pai, temendo a morte do garoto, pediu que ele corresse. Os autores do crime ainda perseguiram a criança, que conseguiu se esconder na casa de uma professora. Moacir morreu no local, antes que pudesse ser socorrido.
Segundo moradores da área, Moacir era separado da esposa e morava sozinho com o filho. Todos os dias, a vítima fazia o mesmo trajeto para levar o garoto à escola, localizada na rua principal do bairro. Ao perceber a aproximação dos oito elementos armados, Moacir ordenou que o filho corresse para escapar da morte. Ele gritou: “corre filho”. “O menino fugiu descendo a ladeira”, relatou uma testemunha, que preferiu não se identificar. Com armas em punho, após efetuarem mais de 20 disparos contra Moacir, os autores ainda perseguiram a criança. Mas o garoto, em pânico, conseguiu se esconder.
Abalados com o crime, os familiares da vítima estiveram no local, mas não quiseram falar com a imprensa sobre o ocorrido. O garoto permanecia escondido em casa de parentes e até o final da manhã de ontem, não tinha conhecimento da morte do pai, sabia apenas, que ele estava ferido e tinha sido levado ao hospital.
De acordo com militares e policiais do Serviço de Investigação (SI) da 11ª delegacia, para não morrer, o garoto pediu socorro em uma casa, a poucos metros do local crime. “Assustado, ele chegou à casa de uma professora e pediu ajuda dizendo que deram um tiro no pai dele e queriam dar um nele também”, relatou um policial, que aguardava os peritos do Departamento de Polícia Técnica (DPT) para a remoção do corpo.
A delegada plantonista da 11ª, Alda Maria de Oliveira, informou que a vítima não possuía passagens em delegacias e que familiares de Moacir e testemunhas do crime foram ouvidas para maiores esclarecimentos. ”Ainda estamos colhendo depoimentos e é prematuro divulgar qualquer informação neste momento”, afirmou a delegada. O crime está sendo apurado pela unidade policial e a polícia direciona as investigações para um crime motivado por vingança.

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