segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Polícia estoura cassino na Graça


Daniela Pereira
Fotógrafo: Vaner Casaes

Após denúncias, os agentes do Serviço de Investigação (SI) da 14ª delegacia fecharam, no início da manhã de ontem, uma casa de jogos, localizada na Rua Manuel Barreto, no bairro da Graça. Disfarçada de clínica de massagem e acupuntura, o Game Club funcionava 24 horas, com mais de 40 máquinas caça níqueis, mesas de jogos e empregava 16 funcionários. Sete pessoas foram encaminhadas à delegacia e prestaram depoimento, entre elas, a sócia e gerente do cassino, Iracema Oliveira, 37 anos. Além das máquinas, a polícia apreendeu baralhos, livros com registros da contabilidade contendo o valor e os nomes dos devedores.
Com inscrições de mais de 1000 clientes fixos, o Game Club recebia cerca de 30 pessoas por dia e rendia um lucro diário de R$ 15 mil. Localizado em uma rua residencial, o casarão comportava dois andares e uma luxuosa estrutura para os frequentadores. Cartelas de bingo, cartões de apostadores e fichas de controle para clientes, estavam espalhadas pelo chão das salas de jogos. No andar de cima, onde funcionavam os jogos de pôquer, carteiras de cigarros e bebidas diversas foram encontradas.
Segundo os agentes da 14ª Delegacia, a polícia investigava o bingo secretamente, há mais de um mês, depois de receber denúncia do parente de um frequentador, que tinha acumulado uma grande dívida por causa do jogo. A polícia ainda contou que Iracema trabalha no ramo de jogos há mais de 10 anos e aponta Adalberto Araújo, que reside no exterior do país, como sócio e dono das máquinas.
De acordo com Iracema, do rendimento adquirido na casa, 50% é para o pagamento do aluguel e o restante era dividido entre ela e o sócio, identificado como Adalberto. “A casa funcionava há dois anos e meio, mas eu não obrigava ninguém a ir jogar. Não é um cassino e sim um local de jogos, as pessoas iam para se divertir e passar o tempo”, defende-se a acusada. Iracema ainda solicita das autoridades a legalização dos jogos. “Não entendo porque tudo isso, não trabalho com lavagem de dinheiro e não sou rica. Agora 16 pessoas estão desempregadas e meus clientes não terão mais diversão”, afirma.
A delegada Patrícia Nuno, titular da 14º CP, disse que, a principio, trabalha com a acusação de contravenção, menos severa, mas que através dos cadernos de registros podem identificar outros crimes, como lavagem de dinheiro e tráfico de drogas. “Ainda estamos investigando a procedência dos documentos é possível existência de novos pontos de jogos ilegais”, declarou a delegada.
A prática ilegal do jogo é uma realidade que vem ganhando espaço em bairros nobres da cidade. No último dia 4, um cassino foi fechado pela Polícia Federal, que funcionava em uma residência, no Horto Florestal. Os agentes apreenderam, 71 máquinas e duas armas, uma escopeta e um revólver calibre 38. A apreensão ocorreu um dia depois de o Ministério Público Federal (MPF) denunciar, por formação de quadrilha, 20 pessoas ligadas aos jogos de azar na Bahia.

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