sábado, 27 de junho de 2009

Investigação constata destino de carros roubados


Daniela Pereira

Denúncias feitas no início da semana sobre a existência de um cemitério de veículos em região entre a Avenida Paralela e Piatã, não estimularam a Polícia a fazer o levantamento do local. No retorno a área, ontem pela manhã, foi localizado um saco plástico parcialmente destruído, molhado com combustível, que continha documentos que identificam veículo e proprietário. A partir de hoje, todo material apanhado será entregue na Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos, onde foi registrada, inclusive, a ocorrência de um dos donos dos documentos encontrados.
A área está tomada pelos veículos, as ações do vento e de animais, além da presença de pessoas que recolhem diariamente peças abandonadas, desfiguram o local de crime a cada dia. Não há qualquer demarcação indicando que há preservação para a perícia, e, sequer, policiais estão por perto. O "cemitério" fica no entorno da Lagoa do Parque Encantado, área nos fundos do Shopping Paralela. Durante a observação feita na área, foram encontradas declarações de imposto de renda e vários recibos de pagamentos, além de um carnê de prestação de carro, com endereços e identificação dos proprietários estavam no local misturados à lama deixada pela chuva, ou perdidos nas latarias. Os documentos achados pela equipe viabilizariam a polícia acelerar a investigação de muitas ocorrências registradas e, possivelmente, golpes de proprietários nas seguradoras de veículos. Atualmente, em média, 10 carros são tomados de assalto por dia em Salvador.
Os documentos do micro-empresário Ivan Tanajura, dono de uma panificadora, estão no meio do "achado". Ele foi localizado pela equipe de reportagem na tarde de ontem e explicou que ao se dirigir ao trabalho, teve o veículo, um Passat prata, ano 98/99, placa JNU-1113, tomado de assalto nas imediações do bairro de Pituaçu, por dois elementos armados. "Prestei queixa na Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos, mas até o contato de vocês não tive qualquer informação", adiantou. O assalto ocorreu no último dia 17 e o empresário assegura que estava sem seguro do veículo.
Várias tentativas foram feitas para maiores informações com a Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos. O cenário na Paralela continua o mesmo. Carcaças e mais carcaças, peças e mais peças espalhadas pelo chão de barro. Sem contar com outros documentos que assim como os proprietários, "esperam" que algum curioso os encontre e impeça, todavia, a celeridade nas investigações. Segundo relatos de trabalhadores de obra realizada na região da Lagoa do Parque Encantado, o movimento de abandono de peças e estruturas de automóveis no local é diário e visível há pelo menos três meses. As testemunhas ainda informam que além de carros roubados, os próprios donos usariam o local para descarte dos automóveis, como forma de simular roubo e conseguir retorno da seguradora.

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