sexta-feira, 29 de junho de 2012

Rio Vermelho na mira dos assaltantes


Assaltos, furtos, ameaças, agressões e assassinatos são alguns dos crimes que tiram o sossego de moradores e comerciantes do bairro mais boêmio da cidade. Palco da história entre Diogo Tavares e Catarina Paraguaçu, o Rio Vermelho tornou-se cenário para atuação do tráfico de drogas e arrombamentos a estabelecimentos.

O Largo da Mariquita e as ruas Odilon Santos, Conselheiro Pedro Luís e do Canal são consideradas as mais perigosas. A falta de policiamento ostensivo é apontada como principal agente motivador da insegurança e decadência do bairro.


Comerciantes e moradores que tenham sido vítimas ou já testemunharam qualquer tipo de violência não faltam. Basta uma rápida conversa com trabalhadores da região para os casos virem à tona, como é o caso da vendedora de uma loja de bolsas, que preferiu anonimato. Há dois anos trabalhando no local, a mulher lembra que o último assalto ocorreu há um mês.

“Ele parou a moto aqui em frente e entrou apontando a arma na minha direção. Levou o fundo do caixa, cerca de R$ 100, e alguns pertences da loja”, disse, afirmando que ainda foi ameaçada de morte, caso procurasse a polícia. “Antes de fugir, ele disse que se eu registrasse ocorrência ou fosse reconhecê-lo na delegacia, voltaria para me matar”, afirma a funcionária que, temerosa, não procurou ajuda policial.

Assim como ela, outros comerciantes também sofrem com a situação e reclamam da perda de clientes. Com um pequeno estabelecimento na Rua Odilon Santos, um comerciante enumera as vezes que foi assaltado e afirma ter perdido cliente, após adotar medidas de precauções.

“Minha loja foi arrombada duas vezes durante a madrugada e assaltada uma vez, à luz do dia. Depois disso, coloquei grades nas janelas e mantenho o portão de entrada com cadeado. Muitos clientes reclamam, mas o medo nos obriga a ficarmos trancados dentro da loja”, lamenta.

Situada na mesma rua, a farmácia Multimais foi assaltada por três criminosos, no início de maio. As vítimas foram trancadas numa sala e as centrais de processamento de dados levadas para que não houvesse identificação dos assaltantes. O crime ocorreu por volta da 0h30 e, atualmente, a partir das 22 horas, o atendimento é feito através das grades e com auxílio de seguranças particulares.  

Além dos ataques a comércios, turistas e moradores também vivem o drama da insegurança. “Já vi muitos ‘trombadinhas’ levando bolsas, celulares e correntes dos turistas. Dia de domingo e feriado é ainda pior. Aqui tá demais”, disse a vendedora Yara Maria de Assis.

Nas redes virtuais, um frequentador do bairro alertou amigos sobre um ataque em série na sinaleira, que fica entre o Quartel de Amaralina e o Bompreço do Rio Vermelho. Segundo o internauta, assaltantes têm apedrejado para-brisas de veículos, que param ao sinal para roubar os pertences dos motoristas.

Mercado do tráfico

Devido à presença de três grandes hotéis na região, o fluxo turístico é intenso, o que, segundo moradores, contribui para as ações criminosas. Repleto de bares e restaurantes, que funcionam 24 horas, a boemia do bairro também contribui para o tráfico de drogas. Segundo relatos de moradores, no famoso Mercado do Peixe, o tráfico de drogas tem se tornado intenso no período noturno.

Em contrapartida, trabalhadores do local desmentem o fato, mas confirmam o uso dos entorpecentes entre clientes.

“Tráfico aqui não existe e se tem, fica entre os próprios clientes. Muitos deles chegam bêbados e depois consomem drogas atrás das barracas ou entre os veículos estacionados”, disse o garçom Yuri Azevedo, ressaltando que a situação melhorou nos últimos anos. “Há cinco anos tínhamos muitos problemas, mas hoje em dia melhorou. Pagamos segurança particular”, justifica.

Reforço policial – Na tarde de ontem, a Tribuna procurou a titular da 7ª Delegacia para esclarecimentos sobre a violência local, mas ela não foi encontrada na unidade. A delegada plantonista, Maria Alice, afirmou não ter autorização para responder sobre a unidade.

De acordo com o capitão Júlio, subcomandante da 12ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), há três meses o bairro tinha carência de efetivo, mas houve incremento no efetivo e a criminalidade diminuiu consideravelmente. “Tivemos um incremente de 60 policiais, dois motocicletas e duas viaturas.

Temos policiais que trabalham a pé das 07 às 22h30, fazendo ronda no bairro. Aqui havia muitos roubos e até sequestros, mas diminuiu radicalmente”, garante o capitão, ressaltando que o efetivo ainda não é o desejado.

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