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quinta-feira, 14 de junho de 2012
Barracas de fogos estão em risco
A explosão ocorrida em uma barraca de fogos de artifício, que funcionava de forma irregular em Eunápolis, a 643 km de Salvador, reacendeu as discussões sobre a segurança nesses tipos de instalações. Além de não cumprir a distância obrigatória de 100 metros de hospitais e clínicas, as barracas funcionavam sem vistoria do Corpo de Bombeiros do município. Já na Feira de Fogos da Paralela, onde também não houve vistoria final, as vendas continuam e a movimentação é intensa, o que pode representar um risco para quem frequenta o local.
Mesmo sabendo que os barraqueiros estavam comercializando próximos a hospitais, a prefeitura de Eunápolis concedeu autorização para funcionamento. Até o momento, três versões foram apresentadas para explicar o ocorrido.
Na primeira, há suspeitas que alguém fumava junto à barraca e jogou o cigarro perto dos fogos. Porém a polícia não descarta a possibilidade de um curto circuito ou bolas explosivas, que teriam entrado em atrito ao serem manuseadas.
Segundo o Decreto Estadual 12.163/2010, normas para instalações de barracas de fogos de artifícios, assim como comercialização destes produtos, precisam ser seguidas para segurança de funcionários e clientes. Além de apresentarem instalações elétricas com material específico e disponibilidade de extintor de incêndio, é necessária uma distância de cinco metros entre as barracas.
Em Salvador, onde a Feira de fogos de artifícios segue a todo vapor na Paralela, 14 dos 17 estabelecimentos instalados foram notificados pela Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo no Município (Sucom), por falta de extintores de incêndio e adequação ao projeto de segurança. De acordo com órgão, até ontem, 10 barracas haviam se adequado à solicitação.
Segundo informações de Maurino Alcântara, vice-presidente da Associação dos Comerciantes de Fogos de Salvador (Acomfart), o sistema de segurança usado em Salvador é diferente do interior do Estado.
“Inicialmente somos vistoriados pelo Departamento de Polícia Técnica e procuramos sempre cumprir a legislação sobre a parte elétrica e demais segurança. Na próxima sexta-feira as montagens terminam e vamos acionar o DPT e Corpo de Bombeiros para nova vistoria”, afirmou Alcântara.
Apesar disso, funcionários de local garantem que a quantidade não é suficiente em casos de incêndio. “Peço a Deus que nos guarde todos os dias aqui. Praticamente, todas as barracas têm extintores, mas o certo mesmo era ter um caminhão do Corpo de Bombeiros aqui próximo. Tem muita pólvora e os extintores não vão dar conta”, disse um funcionário do local, sem se identificar.
As vendas continuam e a Feira de Fogos da Paralela ainda não recebeu a vistoria final feita pelo Corpo de Bombeiros e Departamento de Polícia Técnica (DPT). “Ainda não terminamos de construir todas as barracas”, justificou Alcântara. A Coordenação de Fiscalização de Produtos Controlados da Polícia Civil (CSPC) também atua como agente fiscalizador das barracas. Na tarde de ontem a Tribuna tentou contato com a coordenadora Heloísa Simões, mas não obteve êxito.
Imóvel também foi danificado – Por conta da falta de fiscalização, além de deixar uma pessoa ferida, a explosão de Eunápolis também atingiu uma residência e um veículo, estacionado próximo ao local. A casa teve os vidros das janelas quebrados e o veículo ficou parcialmente danificado. Em estado de choque, o dono da barraca não comentou o assunto. A estimativa dos danos pode chegar a R$ 50 mil.
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