terça-feira, 28 de julho de 2009

Residência de suposto autor de crime passional é destruída

Daniela Pereira

A casa de Jaílton dos Santos, acusado de assassinar a ex-esposa, Marijane Nascimento Silva, 23 anos, foi destruída e incendiada por populares na manhã de ontem. A residência, localizada na Rua 1° de junho na Baixinha de Santo Antônio, teve as portas arrombadas, paredes, vidros e móveis destruídos. Segundo a polícia, motivado por ciúmes e pelo fim do relacionamento, Jaílton teria assassinado Marijane com dois tiros e fugido logo em seguida. O acusado continua foragido. Marijane foi enterrada às 11 horas de ontem no Cemitério Quintas dos Lázaros.
De acordo com Daniela Miranda, 29 anos, irmã da vítima, os dez anos de relacionamento do casal foram marcados por confusões e ameaças. “No dia do crime, ao chegar em casa após uma festa de aniversário, ela contou que ele estava a seguindo. Ele esperou minha irmã sair de casa para matá-la, isso é coisa de covarde”, disse.
Segundo os agentes do Serviço de Inteligência da 11ª Delegacia, em Tancredo Neves, Jaílton teria fugido em direção ao município de Feira de Santana. Marijane foi baleada na região do tórax e do abdômen. A vítima morreu deixando órfão um bebê de 6 meses de vida. No início da noite de ontem, em repúdio ao crime, moradores protestaram e fecharam a pista da Avenida Luis Eduardo Magalhães, sentido Retiro. O trânsito ficou congestionado no entorno. No ato, madeira e peneus foram queimados.

Assaltantes vestem-se de palhaços para saquear loja

Daniela Pereira

Por volta das 10 horas de ontem, dez homens armados invadiram a loja Papel e Cia, localizada na Avenida Paralela, renderam os seguranças e saquearam funcionários e clientes. O grupo entrou no estabelecimento distribuindo folhetos para ajudar crianças com câncer, usando calças jeans, jalecos da Medial Saúde, perucas e narizes de palhaços. Aparelhos celulares dos funcionários e R$ 600 dos caixas foram levados durante o assalto. Após a ação, que durou cerca de cinco minutos, os assaltantes fugiram em três veículos, entre eles, um táxi. Houve perseguição e tiroteio. Três suspeitos morreram e os demais conseguiram fugir.
Alexsandro Bispo dos Santos, 24 anos, Almir Ferreira de Carvalho, 37 anos, e um terceiro acusado, ainda não identificado, foram baleados e levados pelos policiais ao Hospital Roberto Santos (HRS), mas não resistiram aos ferimentos. Além das roupas e perucas usadas no assalto, os policiais do Serviço de Investigação (SI) da 9ª delegacia apreenderam em poder dos bandidos, três revólveres calibre 38, uma pistola, um rádio comunicador e munições.
De acordo com uma testemunha, devido aos trajes usados pelos assaltantes, os funcionários demoraram a perceber o assalto. “Eu estava na sala de Assistência Técnica e vi quando eles entraram com roupas coloridas e começaram a distribuir os folhetos. Depois eles mandaram todo mundo ficar calado e deitar no chão. Pensei até que fosse uma brincadeira, mas eles ficaram nervosos e gritaram que o negócio era sério”, relatou, anonimamente, um funcionário da loja.
Os assaltantes chegaram à Papel e Cia à bordo de dois veículos, um Brava e um Pálio, de placa JPG 6687, e um táxi, que foi abordado por eles, após abandonarem o Pálio. “Eu tinha terminado de deixar uma cliente quando eles fizeram sinal para mim como se fossem clientes normais. Eu parei, entraram três e pediram que os levassem para o bairro de Sussuarana”, afirmou o motorista do táxi, Pedro Celestino Mota Filho, 58 anos.
Segundo o taxista, até a abordagem policial, não desconfiou que estava transportando assaltantes. “Eles estavam tranquilos e calados, não me ameaçaram e nem me disseram nada. Quando chegamos próximo ao Centro Administrativo da Bahia (CAB), os policiais me mandaram encostar o carro e ordenaram que eles descessem. Na mesma hora eles atiraram contra os agentes, foi um sufoco”, relembrou, ainda assustado. Pedro completou que em mais de 20 anos de profissão nunca passou por uma situação dessas.
O diretor da Papel e Cia, Antônio Carlos, afirmou que o estabelecimento possui três seguranças, sendo que apenas um trabalha armado, e não houve grandes prejuízos financeiros. “Eles chegaram pedindo o dinheiro, só que aqui não fica dinheiro algum e apesar de não trabalharmos fortemente armados, nunca passamos por um assalto desta proporção. O último aconteceu há mais de 8 anos”, relembrou o diretor.
As fitas do circuito interno de câmeras registraram toda a movimentação dos bandidos e se encontram em poder da polícia para identificação dos demais fugitivos. Os agentes do SI da 9ª delegacia, Boca do Rio, afirmaram que, os passos dos meliantes foram seguidos desde a saída da loja. “Ficamos sabendo do acontecido pelo rádio da polícia e logo em seguida começamos a perseguição”, afirmou um agente.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Carro capota e motorista fica preso nas ferragens

Daniela Pereira

Por volta das 9 horas de ontem, um acidente por pouco não termina em tragédia. Egenero Bispo dos Santos, 66 anos, ficou preso nas ferragens do veículo que conduzia, um Gol de placa JQH 8311, após colidir com um microônibus, de placa JQZ 6544, e capotar quatro vezes parando no encostamento da pista do Centro Administrativo da Bahia (CAB). Egenero foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhado ao Hospital Geral do Estado (HGE) com ferimentos leves.
De acordo com a polícia, o acidente poderia ter sido de grandes proporções e vitimado muitas pessoas. "Antes de capotar, o veículo rodopiou na pista e por pouco não desceu a ribanceira", afirmou um agente. O carro ficou à beira de um precipício, onde havia casas de moradores do bairro de Sussuarana.
Segundo o motorista do microônibus, Carlos Eduardo Pereira dos Santos, 29 anos, o condutor do Gol veio em alta velocidade. "Quando estava saindo do ponto, sinalizei e mudei pra a faixa da esquerda, foi quando ele veio em alta velocidade e bateu no para-choque lateral do ônibus", relatou. Carlos ainda completou, afirmando que dez passageiros que havia no ônibus ficaram assustados com o acidente.
"Eu só vi o carro capotando na pista e avançando na minha direção. Se não corro, seria esmagado. Nunca passei um susto tão grande", declarou Cristóvão França dos Santos, 45 anos, que passava no local no momento do acidente. O trânsito ficou lento no local. Além do Samu, uma viatura da Superintendência de Trânsito e Transporte (Transalvador) e do Corpo de Bombeiros foram acionadas para controlar o trânsito no local e prestar socorro à vítima.

domingo, 12 de julho de 2009

Mulher assassinada na frente do filho é enterrada

Daniela Pereira

Revolta e a dor da perda marcaram o enterro, na manhã de ontem, de Ana Cláudia Santos de Jesus, de 36 anos no Cemitério Quinta dos Lázaros. A empregada doméstica foi assassinada anteontem na frente do filho de três anos a caminho do trabalho, na Ladeira da Pedra, bairro do Iapi. Ana Cláudia tentou correr, mas os bandidos, que estavam em um moto de cor preta, segundo testemunhas, puxaram a bolsa e dispararam um tiro na cabeça dela.
Sob muitas lágrimas e lamentações, familiares foram amparados pelos amigos que durante todo o velório demonstravam indignação pela forma brutal como a vida de Ana Cláudia foi ceifada. "As bandidos que fizeram isso com ela não tem mãe. É uma crueldade tirar a vida de uma pessoa que nunca fez mal a ninguém", relatou Josenice Gonçalves Menezes de 42 anos, que frequentava a igreja com a vítima.
Um irmão de Ana Cláudia que preferiu não se identificar, revelou que por pouco o sobrinho de três anos também não morreu. "Sempre que a sogra dela não podia ficar com a criança, ela levava ele para o trabalho, como aconteceu nesse dia. Precisamos de justiça, como é que uma pessoa pode morrer assim, sem motivo algum? Onde está a segurança dessa cidade?", protestou.
Segundo familiares, por ter presenciado o assassinato da mãe, o filho de Ana Cláudia permanece em estado de choque. "Ele repete o tempo todo como aconteceu o assalto e continua chamando o assassino da mãe de homem mau. O sofrimento maior é porque ele fica o tempo todo chorando, perguntando por ela e pedindo para ir para casa ver a mãe", relatou com tristeza a sogra, Francisca Santos de Freitas de 54 anos.
Muito abalado e visivelmente abatido, Valter Santos de Freitas de 33 anos não saiu de perto do caixão da esposa. Amparado pela mãe e amigos, o rapaz chorava muito e questiona várias vezes o motivo pelo qual a esposa foi assassinada. "Por que fizeram isso, mãe? Por que mataram ela?", perguntava insistentemente. Os agentes da 2ª delegacia na Liberdade, unidade policial responsável pelo caso, continuam sem informações a respeito dos autores do latrocínio.

Dicionário do tráfico

Daniela Pereira

Para entender o caminho percorrido pelas drogas é preciso entrar no universo lingüístico criado pelos integrantes desse sistema. A venda de drogas é feita por um negociador chamado de "matuto", que é encarregado de revendê-las. Como vem acontecendo ultimamente em Salvador, podemos constatar que muitos desses traficantes, como é o suposto caso de Raimundo Alves de Souza, o Ravengar, comandam o tráfico de dentro das próprias cadeias. A figura mais importante na pirâmide hierárquica do tráfico de drogas é o "dono das bocas", figura temida e respeitada na comunidade. São eles, que decidem onde serão os pontos de vendas dos pequenos traficantes e quem serão esses traficantes, conhecidos também como "laranjas".
Abaixo dos "donos das bocas" estão os "gerentes", encarregados de arrecadar os lucros do tráfico para o chefe e distribuir as drogas a serem vendidas para os "aviões". Os "aviões" são, em sua maioria, jovens menores de idade que sem perspectiva de vida se espelham nos chefões do tráfico. Estes são responsáveis em levar as drogas até as "bocas de fumo" para serem vendidas.
O custo da droga vem se tornando cada vez mais baixo. Muitas vezes, o crack, feito da pasta base da cocaína, é misturado com outras substâncias. Para a droga apresentar um volume e um lucro maior, os traficantes contratam uma pessoa especial, denominada de "químico", para fazer essas misturas. O químico acrescenta na droga produtos como bicarbonato de sódio, farinha de trigo, entre outras. Esses produtos são vendidos aos usuários pelos "soldados" ou "vapores".
Declarada pelos integrantes como uma profissão, os "empregados" do tráfico revezam seus turnos de trabalho de 12 em 12 horas. O produto ilícito pode ser vendido dentro das "bocas" ou fora, como nas portas de faculdades, hotéis e bares. O comércio nesses pontos é responsabilidade dos "esticas". Para manter o controle e circulação nas bocas, existem os "fogueteiros". Eles se estalam em pontos estratégicos, geralmente armados com fogos de artifícios que são soltos quando as drogas ou a polícia chega.
De acordo com Paulo Portela, chefe do Serviço de Investigação da 7ª DP do Rio Vermelho, a presença do tráfico em nossa cidade é liderada por duas grandes facções. "A formação das quadrilhas de Piti e Perna foi o que iniciou essa destruição", afirma o investigador.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Irmãos assassinados em Piatã


Daniela Pereira
Foto: Francisco Galvão

Dois irmãos foram mortos a caminho do trabalho na manhã de ontem, em Piarã, atingidos por 40 disparos de arma de fogo. Por volta das 6h40 da manhã de ontem, Elienilton Souza da Rocha, 27 anos e Elton Souza da Rocha, 29, foram mortos na Rua Rio Trobogy, atrás do Clube Costa Verde no bairro de Piatã. As vítimas estavam em uma bicicleta quando foram derrubadas por um veículo preto, Ronda Civic. Os quatro homens que estavam no carro, dispararam várias vezes contra os irmãos. Elienilton foi atingido com 14 tiros, e Elton com 26, sendo 17 na região da cabeça.
A avaliação feita pelos peritos do Instituto Médico Legal revelou que, pelo modo que os corpos dos irmãos e a bicicleta estavam, eles foram derrubados pelo veículo dos assassinos e os tiros foram disparados do interior do carro. Muitas cápsulas de diversos calibres foram encontradas no local.
De acordo com a polícia, Elton respondia por um homicídio efetuado no ano de 2007. "Ele já possui entrada na 7ª delegacia por causa de um homicídio que ele cometeu no bairro de Santa Cruz. É muito provável que alguém tenha se vingado de algum crime cometido por ele e o irmão que estava junto terminou morrendo também", arriscou um policial do Serviço de Investigação (SI) da 12ª delegacia. Investigadores também afirmam que devido à quantidade de cápsulas encontradas no local não se pode descartar a possibilidade de execução.
Segundo um vizinho da vítima, Elienilton era morador do Bairro da Paz, mas trabalhava como caseiro em Piatã. "Eu conheço ele, sempre passava por aqui para ir trabalhar. Um menino bom, sem nenhum envolvimento errado", afirmou o rapaz, que preferiu não se identificar. Segundo os policiais, até o momento não há indícios que comprovem a autoria e a verdadeira motivação do crime.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Sequestrador apresentado na SSP

Daniela Pereira

Por volta das 11h30 da manhã de ontem, Dagmar Pereira de Jesus, 26 anos, acusado de participar do sequestro e execução do ex-presidiário, Mário Carlos Jezler da Costa, foi apresentado à imprensa no auditório da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Dagmar foi detido na tarde do último domingo por policiais do Grupo de Inteligência da Polícia Civil (GI) e do Grupo Especial de Repressão a Roubos em Coletivos (Gerrc). No confronto com os policiais o comparsa dele, apelidado de Buiú, morreu. Dagmar foi autuado em flagrante por crime de extorsão mediante sequestro.
De acordo com Cláudio Oliveira, delegado titular do Gerrc, a prisão do acusado foi programada pelos policiais. "Disfarçados, mantivemos contato com eles como se fôssemos parentes do sequestrado. Marcamos, por volta das 1h30 na Rua Altino Teixeira em Porto Seco de Pirajá, para a entrega da quantia em dinheiro e efetuamos a prisão em flagrante", relatou o delegado.
O sequestro de Mário, comandado por um traficante conhecido como "Pai", iniciou na última sexta-feira no bairro do Imbuí. O motivo seria uma quantia de R$ 150 mil, proveniente de um assalto à banco, que Mário estaria em posse e se negava a repartir com os demais. A família entrou em contato com a polícia para registrar o caso. A vítima foi encontrada morta atrás de um supermercado na Avenida Garibaldi, com várias perfurações de tiros no corpo e com a língua e os dedos da mão, mutilados.
O delegado chefe da polícia civil, Joselito Bispo, afirmou que mesmo após a execução, os sequestradores exigiram da família uma quantia de R$ 100 mil, para o resgate. "Eles não sabiam que a família já estava avisada da morte de Mário e que nós estávamos indo ao encontro deles para o pagamento do resgate", relatou Bispo. Dagmar e um outro elemento, conhecido como Buiú foram buscar a quantia, em uma moto de placa JKS-9292, e perceberam a presença dos policiais. Na perseguição, Buiú atirou contra os agentes, mas foi baleado e morreu no local. Dagmar, que pilotava a moto, foi atingido na perna desistindo da fuga.
Segundo o acusado, que negou participação no crime, tudo foi uma armação de Buiú. "Eu não sabia de nada que estava acontecendo, Buiú foi à minha casa me chamar para buscar um dinheiro com ele na Brasilgás, quando chegamos lá estavam os policiais que me prenderam. Eu nem sabia desse sequestro", disse.
De acordo com o delegado Artur Gallas, diretor do Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP), possivelmente há mais envolvidos no crime. "Existem mais elementos envolvidos, mas ainda não podemos divulgar mais detalhes para não atrapalhar as investigações, mas já adiantamos que eles são de alta periculosidade", afirmou. Em posse de Dagmar, que possui entradas por assalto a coletivos, formação de quadrilha e porte ilegal de armas, a polícia apreendeu uma pistola calibre 45 de uso exclusivo das forças armadas.

Tentativa de assalto a carro-forte causa pânico no Itaigara


Daniela Pereira

Dez homens em dois veículos tentaram assaltar um carro-forte, da empresa Nordeste Segurança de Valores, por volta das 11 horas da manhã de ontem. O carro-forte abastecia um caixa eletrônico do banco Bradesco, localizado na Avenida Antônio Carlos Magalhães, Itaigara. Ao perceber a presença de uma viatura da polícia, os bandidos, que estavam a bordo de um Honda Civic de placa JSF 0401 e uma Ranger, JKY 7245, desistiram da ação e fugiram do local em direção à Orla. Não houve trocas de tiros ou feridos. Os assaltantes estavam a poucos metros de distância do caixa eletrônico, observando o momento dos seguranças que chegaram para o abastecimento. Os dois veículos usados no assalto foram estacionados na pista de sentido oposto, em direção a Orla. Os suspeitos atravessaram a pé em direção ao carro-forte e, armados, anunciaram o assalto tentando render os seguranças.
Segundo relatos das testemunhas, a presença de uma viatura militar, que fazia ronda na região, impediu que a ação dos bandidos fosse consumada. "Quando eles perceberam os policiais, atravessaram a pista em disparada. Entraram correndo no carro e saíram arrastando o veículo com as portas ainda abertas. Foi uma cena de filme", relatou uma testemunha que preferiu não se identificar.
De acordo com o soldado Antônio, lotado no posto policial da 35ª Companhia da Polícia Militar (CIPM), no momento da fuga, um dos elementos adentrou o shopping Itaigara. "Quando eles fugiram deixaram para trás, um dos bandidos, que para escapar, entrou no shopping e se misturou aos clientes. Se cercássemos o local, haveria um tumulto e um alvoroço desnecessário, o que dificultaria a nossa ação", afirmou o militar. A vendedora ambulante, Maria das Graças de Almeida, contou que o pânico e a correria foram estabelecidos no local.

Jovem é executado por traficantes em São Caetano

Daniela Pereira

Nicolas Santos Rebouças, 22 anos, foi morto a tiros, por volta das 7 horas da manhã de ontem, na Rua da Formiga, bairro do São Caetano. Nicolas andava na rua quando foi abordado por dois elementos, ainda não identificados, a bordo de uma moto, que dispararam contra ele, atingindo várias partes do corpo. O crime está sendo apurado por policiais da 4ª CP (Delegacia de São Caetano).
Segundo relatos de moradores, a vítima não era conhecida da região. "Não o conhecemos, nunca vimos por aqui, só ouvimos os disparos e chamamos a polícia, pode ser que ele tenha vindo aqui para ver alguém, pois está todo arrumado", arriscou uma moradora do local que temendo represálias, preferiu não se identificar. O jovem, apresentava documentação e trajava bermuda, camisa e tênis.
De acordo com a polícia, não se pode descartar que o crime tenha sido motivado por cobranças de dívidas de drogas.
"O tráfico de drogas aqui nessa região é muito intenso", relatou um militar que aguardava os peritos para a remoção do corpo. Os policiais da 4ª delegacia não revelaram se o jovem tinha entradas em delegacias, mas afirmaram que ainda não tem nenhuma pista sobre os autores do crime.
Outros três homicídios foram registrados em Salvador e Região Metropolitana durante a madrugada de ontem. Dentre eles, por volta das 0h45, Dalto Ribeiro Santos Júnior, 36 anos, foi atingido por diversos tiros na Ladeira do Paiva, no bairro da Caixa D’Água.

Presos fazem rebelião na delegacia da Boca do Rio


Daniela Pereira

Na manhã de ontem, os detentos da 9ª delegacia, no bairro da Boca do Rio se rebelaram e tentaram fugir da unidade prisional. Superlotação e decadência estrutural teriam sido os possíveis motivos que levaram os presos a serrarem as grades e fazer três reféns dentro das celas. Para conter a rebelião, os agentes da 9ª precisaram disparar contra os detentos. Na ação, o preso, Ademir Nascimento Ferreira foi baleado no ombro e socorrido no Hospital Roberto Santos. Dos 39 custodiados na unidade, 30 foram transferidos para outras delegacias.
De acordo com o agente Cândido Albérico, a revolta começou a partir das 2 horas da madrugada. "Nós ouvimos o barulho deles e fomos ver o que estava acontecendo. Quando cheguei à custódia, as grades, as travas e os cadeados estavam serrados e todos já estavam do lado de fora das celas, armados com barras de ferro e facas, puxando o portão de saída. Imediatamente solicitei ajuda, pois eles gritavam muito e seguiam em direção ao corredor", afirmou o policial.
Os presos foram contidos e encaminhados ao pátio da delegacia, mas ainda no pátio, eles quebraram o cadeado e partiram para cima dos policiais. Albérico completa que, os detentos estavam enfurecidos e intencionados à agredir os policiais. "Eles estavam prontos para uma guerra, vieram intencionados a nos atacar. Os ânimos só foram contidos quando um policial atirou para o chão e o estilhaço da bala atingiu o ombro de um deles, poderíamos ter morrido", relatou o agente. Segundo a polícia, a rebelião estava sendo planejada desde a semana passada, quando a unidade teve todas as câmeras de vigilância quebradas pelos detentos. A 9ª delegacia tem capacidade para 18 presos, mas atualmente custodiava 39. Com os presos, os policiais apreenderam facas, canivetes e várias barras de ferro. Após a confusão, uma revista foi realizada nas celas, mas nenhum instrumento foi encontrado.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Preso é espancado até a morte em Barreiras

Daniela Pereira

O detento Marivaldo dos Santos Oliveira, 24 anos, conhecido como Nocha, foi espancado, morto e teve o corpo jogado dentro de uma caixa de esgoto no pátio do Complexo Policial de Barreiras. Por volta das 17 horas da última segunda-feira, Marivaldo foi esfaqueado e agredido até a morte por outros presos da unidade, devido a uma cobrança de dívidas de jogo adquiridos dentro da prisão. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal de Barreiras, a 898 km de Salvador.
De acordo com Carlos Ferro, delegado titular da 11ª Coordenadoria de Polícia do Interior (11ª Coorpin), Marivaldo era considerado de alta periculosidade e tinha inimigos dentro das celas. "Desde a primeira vez que foi preso por roubo, Marivaldo era considerado um dos líderes da cela por praticar torturas com requintes de crueldade com os demais", afirmou o delegado.
Durante o tempo em que cumpriu pena, Nocha adquiriu dívidas com os detentos provenientes de apostas de jogos realizadas dentro da prisão. "Os presos contaram que estavam esperando ele retornar para cobrarem o dinheiro e vingar todas as práticas dele", declarou Ferro. No último dia 26, a vítima foi detida pelo mesmo crime. Usando um espeto, feito com ferro de arames de cadeira, Marivaldo foi espetado em todo o corpo e espancado por vários detentos.
Uma revista foi realizada na unidade, após a morte de Marivaldo, mas nenhum objeto ilícito foi encontrado no interior das celas. Este é o primeiro registro, este ano, de morte em cadeia. A prisão de Barreiras tem capacidade para 28 presos, mas atualmente 96 estão em cárcere.

Militar da marinha é assassinado no Engenho Velho da Federação

Daniela Pereira

Por volta das 23 horas do último domingo, o militar da Marinha, Luís Carlos Macedo Ramos, 28 anos, morreu ao ser vítima de um suposto latrocínio ocorrido na Rua Xisto Bahia, bairro do Engenho Velho da Federação. Luís Carlos estava com a esposa e duas crianças dentro do veículo Gol verde, de placa JNP 8899, quando foi abordado por dois elementos em um Celta preto. Após o anúncio do assalto, o militar foi atingido com um tiro na cabeça. Os bandidos fugiram do local, sem levar nada. A vítima foi socorrida e levada ao Hospital Geral do Estado (HGE), mas não resistiu ao ferimento. Após um dia de passeio com a mulher, a filha de 5 anos e o sobrinho de 4, Luís Carlos foi ao Engenho Velho da Federação deixar o sobrinho em casa. Ao estacionar na porta do cunhado, foi abordado por dois assaltantes que lhe pediram os pertences. "Quando eles viram que tinha criança dentro do carro, um deles desistiu e aconselhou o outro a fazer o mesmo. Porém, um dos assaltantes voltou e, mesmo sem reação alguma, atirou na cabeça do rapaz", relatou uma testemunha que, temendo represálias, preferiu não se identificar. De acordo com Vanessa Fontes Santos de 23 anos, esposa da vítima, devido à boa conduta do marido, é provável que ele tenha sido morto por engano. "Ele estava há um ano e meio na Marinha e não tinha problemas com ninguém, era uma pessoa muita tranquila e calma", afirmou a viúva. Vanessa ainda completa que não houve motivos para o marido ser assassinado. "Ele nem sequer reagiu ao assalto, apenas colocou a mão na cabeça e disse aos bandidos que levassem tudo, mas mesmo assim eles atiraram", contou. Segundo informações da 7ª Delegacia, além do latrocínio, a polícia investiga suspeita de crime de mando, uma vez que, os assassinos não levaram o carro e nem os pertences da vítima. Luís Carlos era casado com Vanessa há cinco anos e deixou uma filha menor de idade.

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